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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A China maoísta





Introdução

Muita gente se pergunta se a China ainda é socialista, alguns dizem que sim, que a China usa um socialismo de mercado, outros, já diriam que a China já não é mais socialista, pois, há indústrias multinacionais, propriedades privadas, e empresários milionários, o que não deixa de ser verdade.
E quando se fala em Mao Tse Tung? A mesma coisa acontece, uns admiram o presidente Mao, outros, o chamam de ditador fascista, os anticomunistas já soltam um clichê bem assim: “o comunismo na China matou 65 milhões de pessoas”, mas aí te pergunto como vai matar 65 milhões num país que nos anos 50, tinha mais de 650 milhões de habitantes? Seria matar mais da metade da população, e como é que a China hoje em dia tem lá 1 bilhão de habitantes?
Antes da revolução, a China era um país muito pobre, e com uma industrialização e agricultura fraca, havia regiões onde o feudalismo ainda imperava. Miséria, exploração, trabalho escravo, opressão, prostituição, tráfico de drogas, eram coisas comuns na China, talvez porque o país passava por uma guerra civil desde 1911, depois, enfrentou uma guerra contra o Japão (1936-1945), e mais tarde passou por outra guerra civil de 4 anos (1945-1949) até a proclamação da República Popular da China em outubro de 1949.


Grande salto à diante (1958-1962)

Os primeiros 3 anos da República Popular da China, foram os anos de transição para o socialismo, e para a reconstrução do país arrasado por guerras.
As primeiras medidas foram, a reforma agrária, como a distribuição de terras aos camponeses que passaram a ser organizar em cooperativas. As prostitutas e cafetões foram mandados para seções de reeducação para tornarem-se novos cidadãos, o tráfico de drogas foi duramente repreendido pelas autoridades chinesas, a corrupção praticamente deixou de existir durante o período maoísta na China. Comida, escola, hospitais, tudo distribuído pelo governo.

No começo dos anos 50, em 1952, foi lançado o primeiro Plano Qüinqüenal, vale lembrar que a China contava com grande apoio da URSS, isso, fez a economia chinesa crescer, durante o período de 1953 a 1958, a China cresceu 8,91%, a indústria chinesa cresceu cerca de 15,07%, o campo cerca de 3,10%, nessa época também surgiu a indústria automobilística na China, a produção no campo foi boa porque os camponeses trabalhavam muito, em 1958 as cooperativas começaram a ser desfeitas e foram organizadas as comunas, que eram grandes fazendas estatais. Apesar da formação das comunas, em 1958, durante o começo do “grande salto à diante”, a colheita foi boa, porém efeitos climáticos ocorridos a partir de 1959 pioraram a situação, por exemplo, no campo, cerca de 55% das plantações foram afetadas pela seca, e 60% não receberam chuva em 1960. Também deu uma reduzida no crescimento, pois durante essa época a China maoísta rompeu com a União Soviética, que havia caído nas mãos de revisionistas. Devido à má condição de vida no campo, e os investimentos pesados na indústria, houve grande êxodo rural, assim, diminuía a mão de obra no campo. Durante essa época a China queria aumentar a quantidade de produção de aço, com isso, foram construídas fornalhas nos fundos das casas, ou seja, qualquer cidadão produzia aço no fundo de casa, isso parece uma medida extremada, porém ninguém condena a fabricação de fios e roupas incentivadas por Mahatma Gandhi, foram batidos recordes na produção de aço. Porém o aço não era de qualidade, pois, era feito de modo rústico e com sucatas, só em 1959 quando Mao Tse Tung visitou as indústrias de aço na Manchúria, percebeu que era necessária maquinaria pesada para a obtenção de aço de qualidade, aos poucos, a produção de aço no fundo de quintal foi suspensa. Devido a essas crises, Mao Tsé Tung foi substituído como presidente da República, por Liu Shaoqi em 1959, porém continuou como presidente do partido até a sua morte, em 1976. A crise só foi superada em 1962.
Enquanto em 1956, a Hungria vivia a repressão do social-imperialismo soviético, na China, foi lançado o “movimento das cem flores”, onde foi incentivado que o povo criticasse abertamente o governo e o partido comunista.
Podemos também citar os avanços na medicina, por exemplo, no tratamento de queimaduras, enquanto que nos EUA, 54,9% das pessoas que sofriam queimaduras em mais de 50% por cento do corpo, acabavam falecendo, em Xangai, 33,3 % faleciam.

A recuperação

O período que vai de 1963 a 1965 foi a época da recuperação dos prejuízos, o campo e a indústria começaram a se recuperar, a indústria teve um crescimento de 15, 08%, e o campo, 12, 57%, num total, o país cresceu cerca de 14, 2%.
Depois que a China se reergueu dos desastres ocorridos no final dos anos 50 e início dos anos 60, a condição de vida começou a melhorar, pois, agora, as comunas voltaram a produzir mais, com os alimentos produzidos, as comunas passaram a contar com mecanização, ou seja, tratores, colheitadeiras começaram a ser fornecidos pela cidade, que fazia trocas com o campo, enquanto que em 1957 havia 544 usinas elétricas, em 1979 já havia 83.133 para fornecerem energia para o campo, o consumo de energia elétrica no campo crescia 21% ao ano, a produção era alta, a fome foi sanada.

Entre 1966 e 1970, a China cresceu cerca de 7,02%, e entre 1971 e 1975 cerca de 7,32%, no total cresceu cerca de 7,33% no período da revolução cultural (1966-1976).
O período da revolução cultural paralisou algumas empresas, mas em outras, ajudou, pois a burocracia foi combatida, e havia espírito de cooperativismo entre os cidadãos, a China nessa época já fabricava aparelhos de rádio, televisores preto e branco e nos anos 70, coloridos, aparelhos de som, máquinas agrícolas, geladeiras “snowflake”, remédios, relógios de pulso com tecnologia suíça que fora trazida em 1958, caminhões, automóveis, motocicletas, armamento, tanques, e a partir de 1974, a China passou a explorar petróleo.





O período revisionista (socialismo de mercado)

A partir de 1979 durante o governo de Deng Xiaoping, a economia chinesa caiu no revisionismo e as empresas começaram a ser desestatizadas, houve a entrada de capital estrangeiro, como por exemplo, a Coca Cola que se instalou na China em 1979. Houve muitas demissões naquela época, as comunas começaram a ser desfeitas, passando a virarem fazendas particulares. Nessa época a China rompeu relações com governo socialista da Albânia e retirou o apoio aos camaradas do Khmer Vermelho, a China então passou a se aliar com países contra-revolucionários, como a Alemanha Ocidental, Estados Unidos, e Iugoslávia. Atualmente, entre 1 e 2% dos chineses são ricos, 40% estão desempregados. Este é o modelo econômico que a China segue até hoje, conhecido como socialismo de mercado, que, aliás, de socialista não tem nada.














Fonte:

Wikipedia

Henfil na China, antes da Coca Cola, 1980.

Bolchevista.wordpress.com

China, o nordeste que deu certo, Heloneida Studart, 1979.

4 comentários:

  1. Dúvida: aonde você viu que na década de 50 a China tinha pouco mais de 100 milhões de habitantes? Procurei em vários lugares por essa informação e só achei uma página onde mostra a população dos anos 60 até agora, que mostra +-650 milhões:
    http://www.google.com.br/publicdata/explore?ds=d5bncppjof8f9_&met_y=sp_pop_totl&idim=country:CHN&dl=pt-BR&hl=pt-BR&q=china+popula%C3%A7%C3%A3o+grafico

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  2. Tem razão, o erro foi corrigido. Mas a pergunta ainda continua: aonde esconder 65 milhões de corpos? No mar?

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  3. Que texto tosco e mal escrito, vocês tem uma visão completamente idealizada de uma China que nunca existiu. A corrupção não deixou de existir na época de Mao Tsé-Tung, e quem diz isso é o próprio Mao, ressaltando a importância de combatê-la: "A second is to tell about “bad people and bad events.” It is to be a collection of incidents of people who told lies, violated law and discipline or committed serious blunders in their work."

    Vocês tentam passar o pano no desastre econômico que foi o Grande Salto Adiante (onde a recessão chegou ao número de 20%!) colocando a culpa única e exclusivamente no Clima, sendo que vários fatores contribuíram para essa catástrofe na economia chinesa. Além disso, Mao Tsé-Tung também critica os que falsificaram números durante o Grande Salto Adiante (coisa que para vocês praticamente deixou de existir): "It is to be a collection of incidents of people who upheld truth, did not bend with the wind, did good work, did not make false reports, did not exaggerate and strove for the full effect in doing things during the Great Leap Forward last year."

    Sobre a parte das queimaduras, não se compara a estatística de um país inteiro com o de uma cidade específica. Texto ridículo com muita carga ideológica, aprendam o materialismo histórico e dialético para formular análises que prestam, e deixem de ser idealistas, assim podem se rotular marxistas.

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