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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Notícias da guerra popular no Peru!


Comunicado do Exército Popular de Libertação, braço armado do Partido Comunista do Peru (Maoísta) publicado no dia 17 de janeiro:



Proletários de todos os países, uni-vos!

VIVA A GUERRA POPULAR, ANIQUILAR OS TRAIDORES!

PARTE DA GUERRA DE AÇÕES DO EXÉRCITO POPULAR DE LIBERTAÇÃO –PCP

DEZEMBRO DE 2011 - JANEIRO DE 2012

DEZEMBRO 2011

03 de dezembro
Uma unidade do EPL inicia ações de agitação e propaganda nos povoados de Huanta (Ayacucho), colocando bandeiras vermelhas com a foice e martelo, pinturas e panfletagem em DEFESA DO PENSAMENTO GONZALO!.
Uma unidade do EPL faz ações de agitação e propaganda nos povoados de Pampas Tayacaja (Huancavelica), colocando bandeiras vermelhas com a foice e martelo, pinturas e panfletagem em DEFESA DO PENSAMENTO GONZALO!.

26 de dezembro
As bases militares de Chanchamayo, distrito de San Ramón, en Junín, se encontram em alerta vermelho pelo desaparecimento de uma unidade do EPL, perto de Vitos.

Combatentes do EPL
Una companhia do EPL leva acabo agitação, propaganda armada e panfletagem do comunicado conjunto nos povoados de Kimiri Sul, Kimiri, província de Chanchamayo (Junín).

31 de dezembro
Unidades do EPL ataca a base contrasubversiva do Exército em Vitos, Junín.

JANEIRO

03-12 de janeiro
Uma unidade do EPL fez ações de agitação e propaganda nos povoados de San Luis de Shuaro, Gran Playa, Alto Kimiri, Totorani (Selva de Junín), colocando bandeiras vermelhas con a foice e o martelo, pinturas e panfletagem em DEFESA DO PENSAMENTO GONZALO e panfletos A UNIDADE INTERNACIONAL DOS COMUNISTAS EXIGE A DERROTA DO REVISIONISMO E DO CENTRISMO!

14 de janeiro
 O EPL leva a cabo ações de agitação e propaganda armadas nos povoados de Huancayo em Junín. A distribuição em vilarejos são acompanhados de pinturas e uma grande quantidade de panfletos são distribuidos da declaração conjunta: A UNIDADE INTERNACIONAL DOS COMUNISTAS EXIGE A DERROTA DO REVISIONISMO E DO CENTRISMO! e DEFESA PENSAMENTO GONZALO!

EPL-PCP


Líder da Linha Oportunista de Direita é capturado.

José Artemio
O principal líder da LOD (Linha Oportunista de Direita) dentro do PCP, conhecido como "Artemio" é capturado gravemente ferido no dia 12 deste mês  na selva da região norte do Peru.
Artemio é conhecido pelas suas tentativas de negociação com o governo reacionário peruano, renega a guerra popular através de uma visão pró-eleitoreira.

Ao mesmo tempo, uma base militar da União Mantaro foi atacada pelo grupo armado ligado à LOE (Linha Oportunista de Esquerda) comandada pelos irmãos Quispe Palomino. Ao que se sabe, um capitão do exército peruano acabou morto e possivelmente um soldado ficou ferido.
A linha LOE dos irmãos Quispe tenta levar o PCP para desvios foquistas, militaristas, e renegam o Pensamento Gonzalo, isso sem contar as suspeitas de que estes renegados andaram envolvidos com a delação de alguns camaradas.



A captura de Artemio não é uma má notícia aos camaradas, pois, é menos um para sabotar a linha revolucionária do maoísmo e do pensamento gonzalo nas fileiras do Partido Comunista do Peru e do EPL. Que os oportunistas de esquerda também sejam rechaçados, para que o partido alcance unidade e que possa comandar a guerra popular até a vitória final!

SALVO O PODER, TUDO É ILUSÃO!

ABAIXO A LINHA OPORTUNISTA DE ESQUERDA E DE DIREITA!

VIVA A GUERRA POPULAR NO PERU!

ABAIXO AO REVISIONIMO! VIVA O MARXISMO-LENINISMO-MAOÍSMO!

GUERRA POPULAR ATÉ O COMUNISMO!


ORIGEM:

http://odiodeclase.blogspot.com/search/label/GUERRA%20POPULAR%20EN%20PER%C3%9A

http://dazibaorojo08.blogspot.com/2012/02/peru-nuevo-ataque-guerrillero-base.html

http://cedema.org/ver.php?id=4805

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Manoel Lisboa, presente!!!


Manoel Lisboa de Moura nasceu em 21 de fevereiro de 1944 em Maceió, capital do estado de Alagoas.
Um dos mais brilhantes comunistas do nosso país, assim como Pedro Pomar. Tornou-se militante comunista aos 16 anos, em 1960, quando entrou para a Juventude Comunista, além de ter participado do processo de reconstrução do Partido Comunista do Brasil em 1962, segundo o camarada Manoel Lisboa, “as posições revisionistas do XX Congresso do PCUS serviram para dar respaldo jurídico ao reformismo do PCB”.
Com o golpe militar de 1964, o jovem Manoel Lisboa teve que se mudar para o Recife, onde lá seria preso pela segunda vez em 1965. Nessa segunda prisão, os seus carrascos queriam que ele renegasse a sua luta como comunista, porém, Manoel Lisboa escreveu uma declaração em que ele se afirmava marxista-leninista e militante do Partido Comunista do Brasil!

Em 1966, quando o Partido Comunista do Brasil adotou a correta linha da guerra popular, optou-se pela construção das primeiras bases guerrilheiras na região do “Bico do Papagaio”, sul do Maranhão e norte de Goiás (atualmente Tocantins), essa região também é conhecida como “Araguaia”, devido ao rio que passa naquela região.
No mesmo ano, alguns membros do PCdoB foram enviados para Shanghai na China, onde receberiam um curso militar de seis meses, entre esses membros estaria o camarada Osvaldo Orlando da Costa, conhecido como Osvaldão, e o camarada Amaro Luiz de Carvalho conhecido como “Capivara”, ex-militante das Ligas Camponesas e um dos fundadores do PCR.
Osvaldão continuou no PCdoB, já Amaro Luiz voltou convencido de que a guerra popular deveria iniciar no nordeste, porém sua idéia não encontrou espaço em meio as lideranças do antigo PCdoB, então rompe com o partido em dezembro de 1966.

Manoel Lisboa é preso novamente em 1966, acusado de participar do atentado à bomba que quase matou o general Costa e Silva no aeroporto dos Guararapes em Recife. Em vista das falsas acusações, Manoel Lisboa é solto e decide viver na clandestinidade.
Apesar de várias dificuldades enfrentadas na construção do partido, o PCR foi responsável pela organização das greves dos canavieiros entre 1967 e 1968.
Seu trabalho não se limitou à apenas criar o Partido Comunsita Revolucionário, mas também soube interpretar corretamente a realidade brasileira da época em sua “Carta de 12 pontos”, onde além de romper com os primeiros oportunistas dentro do PCdoB [1], lançou diretrizes corretas para guiar a revolução proletária brasileira, através do cerco das cidades pelo campo, e que para poder alcançar o socialismo, deveria primeiro passar pela etapa de revolução democrática e antiimperialista.
Além de ter criado a célula para o Exército Guerrilheiro, também esboçou o projeto de um Serviço de Informação Popular, um tipo de agência de espionagem.
Atuando nas regiões canavieiras, Manoel Lisboa compreendeu que a o trabalhador da cana era muito valente para acertar desavenças pessoais, mas, era covarde ao enfrentar a polícia e o patrão, portanto, a atuação do PCR deveria ser voltada para o agreste e o sertão.
O PCR também passou a editar um jornal subversivo chamado “A Luta”.

Jornal "A Luta", editado pelo PCR nos anos 60 e 70.


Em 1969, duas importantes lideranças do PCR são presas, o camarada Capivara e o camarada Ventania, outro antigo militante das Ligas Camponesas. Ventania foi solto em 1970, porém, Capivara foi morto por envenenamento na Casa de Detenção do Recife em 1971.

Assumindo pessoalmente a direção do PCR, Manoel Lisboa organiza a luta nas universidades, e o partido se expande para o Rio Grande do Norte.
Apesar de crítico do modelo foquista, O PCR levou a cabo algumas ações armadas nas zonas urbanas, uma das suas ações mais ousadas foi a do assalto no quartel da Aeronáutica. Aproveitando as Olimpíadas do Exército, o comando liderado por Manoel Lisboa invadiu a base sem disparar um só tiro, tomaram armas modernas.

Um dos maiores golpes sofridos pelo PCR foi em 1973, quando Manoel Lisboa acabou preso ao ter sido delatado por uma militante do partido que não havia resistido à tortura.
O carrasco fascista delegado Sérgio Paranhos Fleury responsável pelas torturas no DOPS de São Paulo, solicitou o envio de Manoel Lisboa, para que ele pudesse torturá-lo pessoalmente, porém, como grande exemplo de comunista, Manoel Lisboa morreu sem revelar nada para os carrascos, pois, o camarada Manoel Lisboa defendia que “delação é traição”.
Ele foi enterrado em uma vala comum no cemitério de Perús em SP, porém, seus restos mortais só foram encontrados em 2003, e sua família pode finalmente dar-lhe um enterro digno.

Manoel Lisboa VS o dogmato-sectarismo do atual PCR

O PCR de Manoel Lisboa existiu como partido até 1981 quando resolveu aderir ao MR-8, porém em 1995 uma parte do MR-8 rompeu e iniciou o “processo de reconstrução do PCR”.
Porém, o atual PCR afirma uma linha antimaoísta, sectária, dogmática e até capituladora, muito semelhante à linha tomada por Enver Hoxha a partir de 1977, e copiada pelo PCdoB após a morte dos dirigentes revolucionários em 1976.
Atualmente o PCR também demonstra seu apoio à “partidos comunistas” eleitoreiros, e aos revisionistas armados das FARC e ELN.

Agora, vejamos aqui o que está escrito a respeito do maoísmo no site oficial do PCR:

“de um lado, o revisionismo soviético, do outro, o misto de esquerdismo e conciliação do Partido Comunista Chinês.”

E eis aqui a visão de Manoel Lisboa a respeito da luta de libertação do Brasil:

“ Guerra popular e cerco da cidade pelo campo.
O cerne da estratégia do proletariado e de seu Partido é o desenvolvimento da guerra popular através da guerra de guerrilhas. A guerra de guerrilhas, através das formas mais primitivas e rudimentares de combate, proporciona às massas organizadas na base de apoio um adequado método de luta, e possibilita que cada elemento de massa se converta num soldado da guerra popular.” (...) “Somente é a guerra que pode inverter os papéis e tornar o inimigo débil e as forças armadas populares fortes.” (...) “Por isso o Partido da Classe Operária deve elaborar sua estratégia e aplicá-la onde se reflete de modo mais agudo a contradição principal. Aí desenvolver, com profundidade, a aliança operário-camponesa, através do deslocamento para o campo dos elementos mais avançados da classe operária, dos intelectuais e estudantes com ideologia do proletariado para criar as bases de apoio rurais.”
(Carta de 12 Pontos, 1966).

Por acaso não foi o presidente Mao Tsé-Tung quem definiu a luta armada do cerco da cidade através do campo? E por acaso não foi também o presidente Mao que ao sintetizar esse modelo de guerra, também definiu como parte do processo a criação das bases de apoio[2]?
Certamente a linha revolucionária do camarada Manoel Lisboa  se assemelha bastante com o modelo traçado pelo presidente Mao Tsé-Tung, com certeza o rompimento de Manoel Lisboa não foi com o “pensamento Mao Tsé-Tung”, mas sim com os oportunistas remanescentes do velho PCB de Prestes, que haviam permanecido dentro do PCdoB.

[1] Apesar da linha correta assumida pelo PCdoB em 1962 e depois em 1966, ainda permaneceram alguns elementos oportunistas com idéias parecidas com as do PCB de Prestes, um deles, era João Amazonas, que conduziria o PCdoB rumo ao reduto social-democrata atual.

[2] As bases de apoio são as famosas “zonas libertadas”, é nas bases de apoio que incia-se a construção socialista do país, cria-se um governo popular, paralelo ao governo burguês, surgem as milícias populares, escolas, e as propriedades dos latifundiários são expropriadas, essas são algumas características das bases de apoio, comandadas pelos Partidos comunistas militarizados sob a luz do marxismo-leninismo-maoísmo.

Tu e eles, música em homenagem a Manoel Lisboa, feito pela banda pernambucana Subversivos:



FONTE:

CMI Brasil, do artigo, Manoel Lisboa um homem de verdade

www.pcr.org.br

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ratazanas eleitoreiras


Completam-se 50 anos da reorganização do Partido Comunista do Brasil sob as bases revolucionárias do marxismo-leninismo. Porém, o Partido Comunista do Brasil, que um dia já foi vanguarda da luta de classes no nosso país, hoje em dia está desfigurado por uma liderança oportunista que se arrasta desde 1976 através de barganhas legalistas/eleitoreiras.

Nem mesmo as dissidências foram capazes de reconstruir a vanguarda da luta de classes, o PCB virou um amontoado de tendências pequeno-burguesas, o PCR infelizmente caiu nas garras do dogmato-sectarismo hoxhaísta e no eleitoralismo, PCdoB-Fração Vermelha desapareceu, e as cisões do final dos anos 70 integraram-se no amontoado político que daria origem ao PT no final dos anos 70 e início dos anos 80.
E nem mesmo um amontoado de tendências “esquerdistas” foi capaz de servir como vanguarda da luta de classes no Brasil como serviu o PC do Brasil entre 1922 e 1976.

Esse ano tem eleição!
Todo o sacrifício de camaradas como Osvaldão, Carlos Danielli, Pedro Pomar, foi simplesmente esquecido pela direção oportunista aliada ao sectarismo albanês, tudo graças a ratos como João Amazonas e Diógenes Arruda que aos poucos desfiguraram o caráter de classe do Partido Comunista do Brasil, até conseguir convertê-lo finalmente em um reduto social-liberal e capanga do revisionismo cubano, chinês e vietnamita, além de ser apoiador das democracias burguesas do Equador, Venezuela, Bolívia e África do Sul!

São ratos imundos, que usurpam a sigla comunista, mas não falam em comunismo e muito menos em ditadura do proletariado.


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

De Bernstein à Liu Shaoqi

O texto foi publicado pela primeira vez na revista chinesa Pequim Informa em 1969, em pleno auge da Revolução Cultural Proletária, época de júbilo do movimento revolucionário, e época em que as massas rechaçavam a tentativa de restauração capitalista na China.
O texto em português foi extraído do jornal "A Nova Democracia":

 
As quatro ratazanas: Bernstein, Trotski, Liu Shaoqi e Deng Xiaoping.


A "teoria das forças produtivas" é uma tendência ideológica do revisionismo internacional. Segundo esta "teoria", a revolução socialista é absolutamente impossível em um país onde o capitalismo não está altamente desenvolvido, onde as forças produtivas não alcançaram um alto nível e a economia rural é dispersa e atrasada. Segundo ela, o socialismo se produzirá naturalmente no caso de se permitir que o capitalismo se desenvolva plenamente primeiro e que as forças produtivas se tenham desenvolvido enormemente.
de Liu Chao-Chi como membro do partido comunista"
Há mais de meio século, de Bernstein, Kautsky, Trotsky a Chen Tu-siu e Liu Chao-chi, este punhado de renegados do proletariado quiseram fazer esta teoria absurda passar por materialismo histórico, usando-a como argumento teórico para se opor à revolução proletária.
Não foi por acaso que a "teoria das forças produtivas" tenha surgido no fim do século XIX e princípio do século XX. Então, o capitalismo mundial havia se desenvolvido até sua etapa agônica, ou seja, a etapa do imperialismo, na qual a revolução proletária passou para a ordem do dia. Para satisfazer as necessidades dos imperialistas, os revisionistas de velho tipo da II Internacional — Bernstein, Kautsky e Cia. — espalharam esta falácia com a intenção de se opor e estrangular a revolução proletária a partir do seio do movimento operário.
Bernstein foi o primeiro a apresentar esta falácia em 1899, em seu livro As premissas do socialismo e as tarefas da social-democracia. Ele sustentou que o capitalismo poderia entrar pacificamente no socialismo à medida que as forças produtivas sociais se desenvolvessem altamente. Portanto, disse, a revolução pela força armada se converteria em pura fraseologia. Declarou arbitrariamente que a vitória do socialismo só podia depender do progresso geral da sociedade, em especial do aumento das riquezas sociais ou do crescimento das forças produtivas sociais, acompanhados do amadurecimento da classe operária em termos de conhecimentos e moralidade. Concluiu: quanto ao sistema capitalista, não se deve destruí-lo, mas fomentar seu desenvolvimento.
O renegado Kautsky tampouco economizou esforços por preconizar a reacionária "teoria das forças produtivas". Em seu livro O caminho para o poder, escrito em 1909, alegou que apenas onde o modo capitalista de produção estivesse altamente desenvolvido, existia a possibilidade de transformar, mediante o poder estatal, a propriedade capitalista dos meios de produção em propriedade pública.
Lênin empreendeu repetidas e enérgicas lutas contra a reacionária "teoria das forças produtivas" antes e depois da Revolução Socialista de Outubro. Destacou que a vitória da revolução socialista seria conquistada primeiro na Rússia, o elo débil do mundo capitalista. O triunfo da Revolução de Outubro confirmou plenamente a certeza da brilhante conclusão de Lênin.
Depois da vitória da Revolução de Outubro, Kautsky continuou esgrimindo a desgastada arma da "teoria das forças produtivas". Tornou-se ainda mais desenfreado ao se opor à Revolução de Outubro e a que o povo soviético seguisse o caminho socialista. Fechando os olhos para a realidade, Kautsky inclusive clamou, em 1930, que a revolução que havia ocorrido na Rússia só podia servir para abrir o caminho para o pleno desenvolvimento do capitalismo, e que, apenas quando o capitalismo estivesse altamente desenvolvido seria possível estabelecer uma sociedade socialista.
Portanto, alegou, os países industrializados da Europa Ocidental precederiam inevitavelmente os países europeu-orientais em sua marcha para o socialismo. Também cacarejou que sem um nível educacional relativamente alto nem uma indústria altamente desenvolvida não era possível em absoluto conseguir e manter uma produção agrícola massiva e, por conseguinte, a coletivização agrícola na União Soviética não era mais que um experimento descabido, que encontraria definitivamente o fracasso. Isto queria dizer que devido ao atraso das forças produtivas, o proletariado russo não podia manter em suas mãos o poder que havia tomado, tendo que deixar que a burguesia o dominasse.
Herdando a "teoria das forças produtivas" apregoada por Bernstein e Kautsky, Trotsky também atacou furiosamente a teoria de Lênin acerca de que a vitória do socialismo era possível primeiro em um país, e atacou a Revolução de Outubro. Em 1922, em seu epílogo a O programa de paz, Trotsky delirou, dizendo que a Rússia não havia alcançado ou nem sequer se aproximado da etapa de estabelecer uma sociedade socialista..., e que o socialismo seria possível apenas quando existisse uma base de forças produtivas desenvolvidas e prósperas.
Afirmou além disso que um ascenso real da economia socialista na Rússia se tornaria possível só depois que o proletariado triunfasse em vários dos mais importantes países europeus. Isto queria dizer que a União Soviética, que se encontrava atrasada economicamente, não estava qualificada para construir o socialismo. Tal falácia estava destinada, na essência, a criar uma opinião pública contra-revolucionária para uma restauração capitalista na União Soviética.
O grande mestre Lênin condenou de maneira veemente estes argumentos peregrinos. Sublinhou repetidas vezes o enorme papel que a revolução desempenhava no desenvolvimento da produção e que a tomada do poder e a mudança das relações de produção desempenhavam na promoção do desenvolvimento das forças produtivas. Assinalou incisivamente que, com o Partido Bolchevique, com sua consolidada aliança operário-camponesa e sob a direção de dito Partido, era inteiramente possível converter a Rússia em um poderoso país socialista depois da revolução. Disse: "Por que, então, se para implantar o socialismo é necessário determinado nível cultural (ainda que ninguém possa dizer qual é esse determinado "nível cultural"), não podemos começar pela conquista, pela via revolucionária, das premissas necessárias para obter este determinado nível e "depois", baseados no poder operário e camponês e no regime soviético, empreender a tarefa de alcançar os demais países?" além disso, ao criticar agudamente os partidários da "teoria das forças produtivas", expressou: "Mas o entendem [o marxismo] de uma maneira fartamente pedante. Não compreendem o principal dele: precisamente sua dialética revolucionária".
A renegada camarilha revisionista soviética traiu completamente o marxismo-leninismo e restaurou o capitalismo em todos os aspectos na União Soviética. Por suas necessidades contra-revolucionárias alegaram que, sob condições socialistas, a economia é mais importante que a política e que a questão da produção devia ser colocada em primeiro lugar, devia ocupar o centro de todas as atividades da organização do partido e devia preceder a todos os trabalhos de organização do partido. Tal disparate não é mais que uma reprodução da "teoria das forças produtivas" proposta pelos revisionistas de velho tipo.
A "teoria das forças produtivas" na China foi primeiro preconizada pelo renegado Chen Tu-siu. Em 1923, na sua obra A revolução nacional chinesa e todas as classes, recalcou unilateralmente que na China, "a indústria se encontra em sua infância e a cultura atrasada" e que "inclusive a burguesia ainda é muito infantil". Se opôs freneticamente a que o proletariado dirigisse a revolução e tomasse o poder. Vociferou: "Sob circunstâncias normais, o poder estará naturalmente nas mãos da burguesia logo depois do êxito da revolução nacional". Inclusive em 1938, cacarejou que "ainda existia bastante espaço para o desenvolvimento do capitalismo na China". Dizendo isso, esperava em vão liquidar no fundamental a revolução.
Tomando o legado dos renegados Bernstein, Kautsky, Trotsky e Chen Tu-siu, o renegado, agente do inimigo e vende-operários Liu Shao-chi apregoou constantemente a reacionária "teoria das forças produtivas". Combateu a revolução proletária e a ditadura do proletariado e cometeu crimes monstruosos.
O grande líder Presidente Mao nos ensinou: "O sistema socialista terminará por substituir o sistema capitalista; esta é uma lei objetiva, independentemente da vontade do homem". Aqueles que tratam de impedir o avanço da história não terão um bom fim. Assim como seus sucessores Bernstein, Kautsky e Chen Tu-siu, Liu Shao-chi foi afogado pela poderosa torrente histórica.

(Tomado de Pekín Informa, nº 38, setembro de 1969).

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Carlos Drummond de Andrade: Carta a Stalingrado

HONRA E GLÓRIA AOS DEFENSORES DE STALINGRADO!

Stalingrado...
Depois de Madri e de Londres, ainda há grandes cidades!
O mundo não acabou, pois que entre as ruínas
outros homens surgem, a face negra de pó e de pólvora,
e o hálito selvagem da liberdade dilata os seus peitos,
Stalingrado, seus peitos que estalam e caem,
enquanto outros, vingadores, se elevam.
A poesia fugiu dos livros, agora está nos jornais.
Os telegramas de Moscou repetem Homero.
Mas Homero é velho.
Os telegramas cantam um mundo novo que nós,
na escuridão, ignorávamos.
Fomos encontrá-lo em ti, cidade destruída,
na paz de tuas ruas mortas mas não conformadas,
no teu arquejo de vida mais forte que o estouro das bombas,
na tua fria vontade de resistir.
Saber que resistes.
Que enquanto dormimos, comemos e trabalhamos, resistem.
Que quando abrimos o jornal pela manhã teu nome (em ouro oculto)
estará firme no alto da página.
Terá custado milhares de homens, tanques e aviões, mas valeu a pena.
Saber que vigias, Stalingrado,
sobre nossas cabeças, nossas prevenções
e nossos confusos pensamentos distantes
dá um enorme alento à alma desesperada e ao coração que duvida.
Stalingrado, miserável monte de escombros,
entretanto resplandecente!
As belas cidades do mundo contemplam-te em pasmo e silêncio.
Débeis em face do teu pavoroso poder,
mesquinhas no seu esplendor de mármores salvos
e rios não profanados,
as pobres e prudentes cidades, outrora gloriosas,
entregues sem luta, aprendem contigo o gesto de fogo.
Também elas podem esperar.
Stalingrado, quantas esperanças!
Que flores, que cristais e músicas o teu nome nos derrama!
Que felicidade brota de tuas casas!
De umas apenas resta a escada cheia de corpos;
de outras o cano de gás, a torneira, uma bacia de criança.
Não há mais livros para ler nem teatros funcionando
nem trabalho nas fábricas,
todos morreram, estropiaram-se,
os últimos defendem pedaços negros de parede,
mas a vida em ti é prodigiosa e pulula como insetos ao sol,
ó minha louca Stalingrado!
A tamanha distância procuro, indago, cheiro destroços sangrentos,
apalpo as formas desmanteladas de teu corpo,
caminho solitariamente em tuas ruas
onde há mãos soltas e relógios partidos,
sinto-te como uma criatura humana, e que és tu, Stalingrado, senão isto?
Uma criatura que não quer morrer e combate,
contra o céu, a água, o metal, a criatura combate,
contra milhões de braços e engenhos mecânicos a criatura combate,
contra o frio, a fome, a noite, contra a morte a criatura combate, e vence.
As cidades podem vencer, Stalingrado!
Penso na vitória das cidades,
que por enquanto é apenas uma fumaça subindo do Volga
Penso no colar de cidades, que se amarão e se defenderão contra tudo.
Em teu chão calcinado onde apodrecem cadáveres,
a grande Cidade de amanhã erguerá a sua Ordem.