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domingo, 18 de março de 2012

Quando os revisionistas tentam omitir

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Esse texto trata-se de uma singela homenagem a uma das maiores revolucionárias maoístas de todos os tempos: Jiang Qing, ou Chiang Ching, esposa do presidente Mao, que lutou pela aplicação dos princípios revolucionários na China até o momento de sua prisão arbitrária junto com outros cinco membros Comitê Central em 5 outubro de 1976.

Breve história de Jiang Qing

Jiang Qing, nasceu em 19 de março de 1914 na cidade de Zhucheng localizada na província de Shandong, no leste da China.
A jovem atriz Jiang Qing em 1935
Em 1933, Jiang Qing entra para o Partido Comunista da China e começa a trabalhar como atriz no Grupo de Trabalho e Estudo de Shanghai até 1937, quando se muda para Yenan, onde ficava a principal força do Partido Comunista da China. Na época ela adotou o pseudônimo de Lan Ping. Em Yenan, ela trabalhou na Unidade de Cinema Documental. Nessa época ainda haviam membros do Partido Comunista da China com um pensamento feudal, pois diziam que atrizes eram mulheres imorais e que as mulheres não poderiam assumir uma postura revolucionária. Em 1939, com certa relutância do partido, Jiang Qing casa-se com Mao Tse Tung, devido ao pensamento machista que ainda imperava na mente de membros do Partido Comunista, ela teve que assinar um termo de compromisso de que não ia assumir nenhum cargo dentro do partido.
Nos próximos 35 anos, Jiang Qing e Mao Tse Tung seriam muitos mais que um casal, seriam companheiros de luta pela construção do socialismo e pela destruição dos costumes da velha classe.

Jiang Qing e Mao Tsé Tung em Yenan, foto de 1937.
 Com a libertação da China em 1949, pela primeira vez as mulheres se tornaram emancipadas, casamentos forçados foram proibidos, foi dado o direito da participação política e o direito ao divórcio.

Lutando contra a velha cultura dos mandarins

Em 1960, Jiang Qing estava em Shanghai fazendo tratamento, pois esteve com sérios problemas de saúde. Nesse tempo, ela pode assistir espetáculos teatrais, óperas, e filmes, com isso ela percebeu que os espetáculos nada mais eram do que representantes das classes opressoras, pois, o elenco contava com beldades, reis, demônios e deuses, quando a diretriz do presidente Mao era de que a arte deveria estar a serviço das massas, e não de um punhado de opressores e endinheirados. A luta de classes ainda continua após a tomada do poder pelas forças progressistas. Tendo observado tudo isto, ela comentou:

“Nosso palco operístico é ocupado por imperadores, príncipes, generais, sábios e beldades, e em cima destes, fantasmas e monstros... Há bem mais de 600 milhões de trabalhadores, camponeses e soldados em nosso país, ao passo que há apenas um punhado de proprietários, camponeses ricos, contra-revolucionários, maus elementos, direitistas e elementos burgueses. Devemos servir a esse punhado, ou 600 milhões? Os grãos que comemos são cultivados pelos camponeses, as roupas que vestimos e as casas em que vivemos são todos feitos pelos operários, o Exército de Libertação Popular monta guarda nas frentes de defesa nacional e nós ainda não os retratamos no palco. Eu poderia perguntar qual classe os artistas defendem? Essa é a consciência dos artistas que vocês tanto falam?”

Como haviam muitos elementos restauradores no poder durante a gestão de Liu Shao Qi, a proposta cultural revolucionária de Jiang Qing havia tido oposições por parte de Chou Yang, que era chefe do Ministério da Cultura.

Sistema 3 em 1

Além da crítica às peças, Jiang Qing visitou artistas, e diretores com a finalidade de encorajá-los a aplicarem a linha revolucionária artística ensinada pelo presidente Mao. Apesar das várias sabotagens que o trabalho da arte a serviço do povo sofreu por parte de elementos reacionários infiltrados no partido, a fé total nas massas fez com que Jiang Qing e os seguidores do presidente Mao pudessem aplicar com êxito as diretrizes revolucionárias na arte.
Jiang Qing propôs e encorajou as companhias de teatro a adotarem o sistema “3 em 1”, no qual, para desenvolver a peça, deveriam contar com um diretor, o elenco artístico e as massas, funcionaria da seguinte forma: o diretor criaria o enredo, enquanto os artistas fariam a interpretação dos personagens criados pela direção, a peça então ficava sob a avaliação das massas que teriam conhecimento de como seria a peça, então, as massas poderiam criticar, apoiar e adicionar outros elementos, a partir daí, surgia uma arte verdadeiramente à serviço das massas. Uma ópera muito famosa e desenvolvida nesse sistema foi a ópera intitulada de: Destacamento Vermelho de Mulheres.

No comando da Grande Revolução Cultural Proletária

Em meados dos anos 60, enquanto havia uma árdua luta entre duas linhas dentro do Partido Comunista da China, o presidente Mao compreendeu que não basta o expurgo de um punhado de membros reacionários de dentro do partido para que a China pudesse se ver livre da restauração capitalista, deveria golpear as bases que sustentam a linha reacionária que se manifestava dentro do PCCh, assim, deveria-se haver uma grande revolução cultural apoiada nas massas, onde funcionários burocratas, velhos hábitos, costumes e tradições deveriam ser arduamente combatidos pelas massas sob o comando do Partido Comunista.
Jiang Qing trabalhando na comuna de Dazhai, 1975.
Em 1966, estudantes na universidade de Beijing colaram cartazes criticando os diretores da universidade e líderes políticos locais, o presidente Mao apoiou a ação e disse que eram “os primeiros pôsteres marxistas-leninistas de grandes caracteres”, assim, o presidente Mao também encorajou as massas a se levantarem contra os representantes do velho sistema opressor. Jiang Qing compreendeu o caráter revolucionário dessas ações e foi para a Universidade de Beijing encontrar-se com os estudantes e investigar a situação. O que ela percebeu é que as “unidades de trabalho” enviadas pelo partido à universidade nada mais eram do que instrumentos utilizados para minar a combatividade dos estudantes. A camarada Jiang Qing se identificou bastante com a juventude e passou a dispor de bastante prestígio entre os jovens camaradas, inclusive ela foi uma das primeiras a apoiar quando apareceram os primeiros Guardas Vermelhos.
Como grande apoiadora da Revolução Cultural, Jiang Qing tornou-se diretora deputada do Centro do Grupo da Revolução Cultural.
Em dezembro de 1966, ela encorajou com êxito para que os operários tomassem a Feração dos Sindicatos, uma das primeiras tomas de poder pela classe operária.
Nessa época surgiu uma linha oportunista de esquerda que visava  resolver os problemas ideológicos na base de chutes e socos, realmente uma tentativa frustrada de sabotar a Revolução Cultural, sabendo disso, Jiang Qing interveio: “Não batam nem machuquem os outros. A luta pela força só pode tocar na pele e na carne enquanto que a luta ideológica pode tocar no mais profundo de suas essências”.

O legado revolucionário

Junto com o presidente Mao e com outros grandes revolucionários chineses como Kang Sheng, Yao Wenyuan, Wang Hongwen e Zhang Chunqiao, Jiang Qing lutou contra a restauração capitalista encabeçada primeiramente por Liu Shaoqi, e depois contra Deng Xiaoping que mais tarde ajudaria na articulação de um golpe criminoso contra as lideranças revolucionárias na China em outubro de 1976 organizado por Chen Xilien, Hua Guofeng, Ye Jianying e Wang Tungxing.
O golpe dado em outubro de 1976 não foi apenas um ataque à Revolução Cultural ou aos quatro principais dirigentes revolucionários da China, o golpe foi um ataque direto ao falecido presidente Mao, à luta de classes e ao socialismo.
Jiang Qing, Yao Wen Yuan, Chen Bo-da, Zhang Chun Qiao e Yao Wenyuan foram presos em 1976, e só foram levados à um julgamento totalmente forjado, em 1981. Jiang Qing foi condenada à morte mas, sua sentença foi mudada para prisão perpétua, pois sua morte poderia iniciar uma revolta popular de grande escala na China.
Durante o tempo em que esteve na prisão, Jiang Qing sempre permaneceu com o seu ardor revolucionário, criticando a linha reacionária de Deng Xiaoping.
Em 1991 ela foi libertada para fazer tratamento de um câncer na garganta, nessa época ela leu alguns jornais e dizem que ela fez o seguinte comentário ao ver as notícias sobre os rumos que a China havia tomado: “essa não é a linha revolucionária do presidente Mao”.
Em 14 de maio de 1991 Jiang Qing morreu sob misteriosas circunstâncias, a mídia controlada pelos reacionários alegou “suicídio”. 

Zhang Chun Qiao, Chen Bo Da, Wang Hong Wen, Yao Wen Yuan e Jiang Qing durante o julgamento forjado em 1981.
Apesar de toda a calúnia por parte dos revisionistas pró China e pró Hoxha, o legado de Jiang Qing resplandece, sem dúvida ela foi uma grande revolucionária comunista que lutou até o final de sua vida contra as forças malignas do revisionismo sempre com fé total nas massas. Nem calúnia, nem manipulação e nem intrigas serão capazes de apagar a imagem revolucionária construída pela esposa do presidente Mao Tsé Tung, e qualquer ataque à Jiang Qing, é um ataque direto ao presidente Mao.










                                                                                       

sábado, 17 de março de 2012

A comuna de Paris e a revolução proletária mundial.

Poster francês onde diz: VIVA A COMUNA!

Na amanhecer de 18 de março de 1871 o proletariado acordou Paris com gritos "VIVE LA COMMUNE", e com apoio da Guarda Nacional derrubaram o governo local e instauraram a famosa "Comuna de Paris".
A Comuna de Paris foi a primeira tentativa de tomada de poder pelo proletariado, porém, essa tentativa serviu de inspiração para outros levantes populares que aconteceriam nas próximas décadas e abriu com chave de ouro o período da defensiva estratégica da revolução proletária mundial.
Assim que o proletariado tomou o poder, eles fizeram mais reformas do que o governo reacionário havia feito em dois séculos, eram algumas dessas novas leis:

-o casamento livre e gratuito;
-o ensino gratuito e obrigatório;
-a supressão do exército regular sendo substituído por uma guarda popular;
-a criação de um governo laico;
-a abolição dos descontos salariais;
-jornada máxima de trabalho de 8 horas;
-supressão do trabalho noturno;
-igualdade entre os sexos;
-a ocupação de prédios vazios para que servissem de moradia para os desabrigados;
-duplicação dos salários dos professores;
-legalização dos sindicatos;

Foram muitas medidas de caráter popular, podemos citar outra como a devolução das ferramentas dos operários que estavam em penhor, a destruição da Igreja de Brea que havia sido erguida em homenagem a um dos repressores da revolução de 1848, assim como também a destruição da coluna de Vendome e o confessionário de Luís XVI.


Coluna do Vendome ao chão.
 
Quanto a organização eleitoral da comuna, Marx escreveu isso em "Guerra Civil em França", escrito em 1871:

"A Comuna era composta por conselheiros municipais, eleitos por sufrágio universal nos diversos bairros da cidade. A maioria dos seus membros eram naturalmente operários ou representantes reconhecidos da classe operária. A Comuna devia ser, não um organismo parlamentar, mas um corpo activo, ao mesmo tempo executivo e legislativo. Em vez de continuar a ser o instrumento do governo central, a polícia foi imediatamente despojada dos seus atributos políticos e transformada num instrumento da Comuna, responsável e revogável a todo o momento. O mesmo se deu com os outros funcionários de todos os ramos da administração. Desde os membros da Comuna até ao fundo da escala, a função pública devia ser assegurada com salários de operários. Os benefícios habituais e os emolumentos de representação dos altos dignatários do Estado desapareceram ao mesmo tempo que os altos dignatários. Os serviços públicos deixaram de ser propriedade privada das criaturas do governo central. Não só a administração municipal, mas toda a iniciativa até então exercida pelo Estado, foi posta nas mãos da Comuna."

Barricada organizada pela milícia da comuna de Paris
 
A comuna terminou após a ofensiva do governo burguês que havia transferido a capital para Versalhes. O governo francês fez as pazes com a Alemanha, que libertou 100 mil soldados franceses para inciarem uma ofensiva contra Paris. A milícia popular da comuna contava apenas com 15 mil efetivos. O exército burguês fez um verdadeiro massacre, matando cerca de 80 mil pessoas, e as mortes apenas cessaram porque o grande número de cadáveres poderia causar problemas de epidemia e doenças.

A comuna só durou pouco mais de um mês, porém, como já foi dito, foi a primeira tentativa do proletariado em tomar o poder e organizar uma república socialista que serviria mais tarde como inspiração a Lenin na construção da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, que havia sido a primeira tomada de poder com sucesso pelos trabalhadores e que por sua vez serviria como inspiração para a tomada de poder em outros países.

"A Paris operária, com a sua Comuna, será para sempre celebrada como a gloriosa percursora de uma sociedade nova. A recordação dos seus mártires conserva-se piedosamente no grande coração da classe operária. Quanto aos seus exterminadores, a História já os pregou a um pelourinho eterno, e todas as orações dos seus padres não conseguirão resgatá-los."

(Karl Marx, Guerra Civil em França, 1871)

VIVA A HERÓICA COMUNA DE PARIS!

VIVA A REVOLUÇÃO PROLETÁRIA MUNDIAL!

HONRA E GLÓRIA A TODOS OS REVOLUCIONÁRIOS DO MUNDO!

segunda-feira, 12 de março de 2012

Viva o marxismo-leninismo-maoísmo




VIVA O
MARXISMO-LENINISMO-MAOISMO

Introdução

Em 1984 foi fundado o Movimento Revolucionário Internacionalista, agrupando os núcleos de revolucionários maoístas de todo o mundo que estavam determinados a fazer avançar a luta por um mundo sem exploração e opressão, sem imperialismo, um mundo em que a própria divisão da sociedade em classes será superada - o mundo comunista do futuro. Desde a formação do nosso Movimento temos continuado a avançar e hoje, por ocasião do Centenário de Mao Tsétung, com um profundo sentido das nossas responsabilidades, declaramos ao proletariado internacional e às massas oprimidas do mundo inteiro que a ideologia que nos guia é o Marxismo-Leninismo-Maoismo.

O nosso Movimento foi fundado com base na Declaração do Movimento Revolucionário Internacionalista, adotada pela II Conferência de Partidos e Organizações Marxistas-Leninistas em 1984. A Declaração defende a ideologia revolucionária do proletariado, e, com base nela, aborda, de uma forma correta quanto ao essencial, as tarefas dos comunistas revolucionários, quer nos diferentes países quer à escala mundial, a história do movimento comunista internacional e várias outras questões vitais. Reafirmamos hoje que a Declaração é a base sólida do nosso Movimento sobre a qual estamos a clarificar e a compreender mais profundamente a nossa ideologia, bem como a edificar a mais sólida unidade do nosso Movimento.

A Declaração salienta corretamente "o desenvolvimento qualitativo da ciência do Marxismo-Leninismo levado a cabo por Mao Tsétung" e afirma que ele a elevou a "um novo estágio". Contudo, a utilização da expressão "Marxismo-Leninismo-Pensamento Mao Tsétung" na nossa Declaração refletia uma compreensão ainda incompleta deste novo estágio. Nos últimos nove anos, o nosso Movimento empenhou-se numa longa, rica e firme discussão e luta por uma mais completa compreensão do desenvolvimento do Marxismo por Mao Tsétung. Durante este mesmo período, os partidos e organizações do nosso Movimento, e o MRI como um todo, estiveram empenhados na luta revolucionária contra o imperialismo e a reação. De máxima importância, tem sido a experiência de vanguarda da Guerra Popular dirigida pelo Partido Comunista do Peru, que logrou mobilizar milhões de elementos das massas, varrendo o Estado em muitas partes do país e estabelecendo nessas zonas o Poder dos operários e camponeses. Estes avanços, na teoria e na prática, permitiram-nos aprofundar ainda mais a nossa compreensão da ideologia do proletariado e, nessa base, dar um passo de grandes consequências, o reconhecimento do Marxismo-Leninismo-Maoismo como o novo, terceiro e superior estágio do Marxismo.

Novo, Terceiro e Superior estágio do Marxismo

Mao Tsétung elaborou muitas teses sobre toda uma série de questões vitais para a Revolução. Mas o Maoismo não se resume à soma de todas as grandes contribuições de Mao. É o desenvolvimento global e multifacetado do Marxismo-Leninismo a um novo e superior estágio. O Marxismo-Leninismo-Maoismo é um todo integral; é a ideologia do proletariado sintetizada e desenvolvida a novos estágios, de Marxismo a Marxismo-Leninismo e a Marxismo-Leninismo-Maoismo, por Karl Marx, V.I. Lenin e Mao Tsétung, com base na experiência do proletariado e da humanidade na luta de classes e na luta pela produção e pela experimentação científica. É a arma invencível que permite ao proletariado compreender o mundo e transformá-lo através da Revolução. O Marxismo-Leninismo-Maoismo é uma ideologia aplicável universalmente, viva e científica, em constante evolução e sendo sempre enriquecida através da sua aplicação ao ato de fazer a Revolução, bem como através do avanço do conhecimento humano em geral. O Marxismo-Leninismo-Maoismo é o inimigo de todas as formas de revisionismo e de dogmatismo. É todo-poderoso porque é verdadeiro.

Karl Marx

Karl Marx foi quem primeiro desenvolveu o comunismo revolucionário há quase 150 anos. Com a colaboração do seu íntimo camarada de armas Friedrich Engels, desenvolveu um sistema filosófico global, o materialismo dialético, e descobriu as leis básicas que definem o curso da História da Humanidade.

Marx desenvolveu uma ciência da economia política que revelava a exploração do proletariado e a inerente anarquia e as contradições do modo de produção capitalista. Karl Marx desenvolveu a sua teoria revolucionária em ligação estreita e ao serviço da luta de classe do proletariado internacional. Formou a I Internacional e escreveu, com Engels, o Manifesto Comunista, com o seu apelo de grande repercussão, "Operários de todos os países, uni-vos!". Marx dedicou grande atenção à Comuna de Paris de 1871, a primeira grande tentativa do proletariado para tomar o Poder, e sintetizou as suas lições.

Armou o proletariado internacional com uma compreensão da sua missão histórica: tomar o Poder político através da Revolução e utilizar esse Poder - a ditadura do proletariado - para transformar as condições sociais, até que seja eliminada a própria base em que assenta a divisão da sociedade em diferentes classes.

Marx dirigiu a luta contra os oportunistas que no movimento proletário procuravam limitar a luta dos operários à melhoria das condições da escravidão assalariada sem pôr em causa a própria existência dessa escravidão.

Ao conjunto das posições, do ponto de vista e do método de Marx, veio a chamar-se Marxismo, o qual representa o primeiro grande marco no desenvolvimento da ideologia do proletariado.

V.I. Lênin

V.I. Lênin desenvolveu o Marxismo a um estádio completamente novo, no decurso da sua liderança do movimento revolucionário do proletariado na Rússia e da luta no movimento comunista internacional contra o revisionismo.

Entre muitas outras contribuições, Lênin analisou o desenvolvimento do capitalismo ao seu estádio superior e final, o imperialismo. Mostrou que o mundo estava dividido entre uma mão-cheia de potências imperialistas e uma grande maioria, os povos e nações oprimidas, e mostrou que as potências imperialistas seriam forçadas a entrar periodicamente em guerra para redividir o mundo entre si. Lênin descreveu a era em que vivemos como a era do imperialismo e da Revolução proletária. Lênin desenvolveu um partido político de tipo novo, o Partido Comunista, como a ferramenta indispensável do proletariado para dirigir as massas revolucionárias na tomada do Poder.

Mais importante ainda, Lênin elevou a teoria e a prática da Revolução proletária a um nível completamente novo, ao dirigir pela primeira vez o proletariado na tomada e na consolidação do seu Poder político, a sua ditadura revolucionária, com a vitória da Revolução de Outubro na antiga Rússia czarista, em 1917.

Lenine travou uma luta de vida e morte contra os revisionistas do seu tempo dentro da II Internacional, que tinham traído a Revolução proletária e que apelavam aos trabalhadores para defender os interesses dos seus amos imperialistas na I Guerra Mundial.

Os "canhões de Outubro" e a luta de Lênin contra o revisionismo expandiram ainda mais o movimento comunista por todo o mundo, unindo as lutas dos povos oprimidos à Revolução proletária mundial e dando origem à III Internacional (ou Internacional Comunista).

O desenvolvimento global e multifacetado do Marxismo por Lenine representa o segundo grande salto no desenvolvimento da ideologia do proletariado.

Após a morte de Lênin, Josef Stalin defendeu a ditadura do proletariado contra os inimigos internos, bem como dos invasores imperialistas durante a II Guerra Mundial, e fez avançar a causa da construção e da transformação socialistas na União Soviética. Stalin lutou para que o movimento comunista internacional reconhecesse o Marxismo-Leninismo como o segundo grande marco no desenvolvimento da ideologia do proletariado.

Mao Tsétung

Mao Tsétung elevou o Marxismo-Leninismo a um novo e superior estádio, no decurso das suas muitas décadas de liderança da Revolução Chinesa, da luta internacional contra o revisionismo moderno e, acima de tudo, na descoberta, na teoria e na prática, do método da continuação da Revolução sob a ditadura do proletariado para prevenir a restauração do capitalismo e continuar o avanço rumo ao comunismo. Mao Tsétung desenvolveu de forma significativa todas os três componentes do Marxismo - filosofia, economia política e socialismo científico.

Mao disse: "O Poder político está na ponta da espingarda". Mao Tsétung desenvolveu de uma forma global a ciência militar do proletariado, através da sua teoria e prática da Guerra Popular. Mao ensinou-nos que é o Povo, e não as armas, que são decisivas na guerra. Assinalou que cada classe tem as suas próprias formas específicas de fazer a guerra, com o seu caráter, objetivos e meios específicos. Observou que toda a lógica militar pode ser reduzida ao princípio "vocês combatem à vossa maneira, nós combatemos à nossa", e que o proletariado deve forjar uma estratégia e uma tática militares que possam jogar com as suas vantagens particulares, incentivando e confiando na iniciativa e no entusiasmo das massas revolucionárias.

Mao demonstrou que a política de conquistar bases de apoio e de estabelecer o Poder político de uma forma sistemática era indispensável para incentivar as massas e desenvolver a força militar do Povo e a expansão por vagas do seu Poder político. Insistiu na necessidade de dirigir as massas na realização de mudanças revolucionárias nas bases de apoio e na necessidade de as desenvolver política, econômica e culturalmente ao serviço do avanço da guerra revolucionária.

Mao ensinou-nos que o Partido deve controlar a espingarda e que nunca deveria ser permitido que a espingarda controle o Partido. O Partido deve ser erigido como um meio capaz de iniciar e dirigir a guerra revolucionária. Salientou que a tarefa central da Revolução é a tomada do Poder político através da violência revolucionária. A teoria da Guerra Popular de Mao Tsétung é universalmente aplicável em todos os países, embora deva ser aplicada às condições concretas de cada país e, em particular, ter em conta as vias revolucionárias nos dois principais tipos de países que existem no mundo de hoje - países imperialistas e países oprimidos.

Mao resolveu o problema de como fazer a Revolução num país dominado pelo imperialismo. O caminho básico por ele traçado para a Revolução na China representa um contributo inestimável para a teoria e a prática da Revolução e é o guia para conseguir a libertação nos países oprimidos pelo imperialismo. Isto significa Guerra Popular prolongada, rodear as cidades a partir do campo, com a luta armada como a principal forma de luta e o Exército dirigido pelo Partido como a principal forma de organização das massas, mobilizar o campesinato, principalmente os camponeses pobres, levando a cabo a Revolução Agrária; construir uma Frente Única sob a liderança do Partido Comunista para levar a cabo a Revolução da Democracia Nova contra o imperialismo, o feudalismo e o capitalismo burocrático, e estabelecer a ditadura conjunta das classes revolucionárias dirigidas pelo proletariado como o prelúdio necessário à Revolução Socialista que deve seguir-se imediatamente à vitória da primeira etapa da Revolução. Mao avançou a tese das "três armas mágicas" - o Partido, o Exército e a Frente Única -, instrumentos indispensáveis para fazer a Revolução em cada país, de acordo com as suas condições e a sua via revolucionária específicas.

Mao Tsétung desenvolveu de forma significativa a filosofia do proletariado, o materialismo dialético. Em particular, salientou que a lei da contradição, a unidade e luta dos contrários, é a lei fundamental que rege a Natureza e a sociedade. Assinalou que a unidade e identidade de todas as coisas é temporária e relativa, enquanto que a luta entre os contrários é constante e absoluta, e que isso dá origem a rupturas radicais e saltos revolucionários. Aplicou magistralmente esta concepção à análise da relação entre teoria e prática, salientando que a prática é simultaneamente a única fonte e o derradeiro critério da verdade, e dando ênfase ao salto da teoria para a prática revolucionárias. Ao fazê-lo, Mao desenvolveu ainda mais a teoria proletária do conhecimento. Encabeçou o movimento para levar a filosofia a milhões de elementos das massas, popularizando, por exemplo, que "um divide-se em dois" por oposição ao conceito revisionista "dois combinam-se em um".

Mao Tsétung alargou a compreensão do conceito de que "o Povo e só o Povo é a força-motriz da história mundial". Desenvolveu a compreensão da linha de massas: "recolher as idéias das massas (idéias dispersas e não sistematizadas) e concentrá-las (torná-las em idéias concentradas e sistematizadas através do estudo), voltar depois às massas e propagar e explicar essas idéias até que as massas as abracem como suas, perseverem nelas e as traduzam em ações, testando nessas ações a justeza dessas idéias". Mao salientou a profunda verdade de que a matéria pode ser transformada em consciência e a consciência em matéria, aumentando a compreensão do papel dinâmico consciente do Homem em cada um dos campos da atividade humana.

Mao Tsétung dirigiu a luta internacional contra o revisionismo moderno encabeçado pelos revisionistas kruschovistas. Defendeu a linha política e ideológica comunista contra os revisionistas modernos e apelou aos genuínos revolucionários proletários a romper com eles e a forjar Partidos baseados em princípios marxistas-leninistas-maoistas.

Mao Tsétung levou a cabo uma profunda análise das lições da restauração do capitalismo na URSS e das deficiências bem como dos êxitos da construção do socialismo nesse país. Embora Mao defendesse as grandes contribuições de Stalin, também sintetizou os erros de Stalin. Sintetizou a experiência da Revolução Socialista na China e das reiteradas lutas entre as duas linhas contra o quartel-general revisionista dentro do Partido Comunista da China. Mao aplicou magistralmente a dialética materialista à análise das contradições da sociedade socialista.

Mao ensinou-nos que o Partido deve tomar a posição de vanguarda - antes, durante e depois da tomada do Poder - na liderança do proletariado na luta histórica pelo comunismo. Aumentou a compreensão do modo de preservar o caráter revolucionário proletário do Partido através da luta ideológica ativa contra as influências burguesas e pequeno-burguesas nas suas fileiras, da educação ideológica dos membros do Partido, da crítica e autocrítica e da luta entre as duas linhas contra as linhas oportunistas e revisionistas no Partido. Mao ensinou-nos que assim que o proletariado toma o Poder e que o Partido se torna na principal força dentro do Estado Socialista, a contradição entre o Partido e as massas converte-se na expressão concentrada das contradições que caracterizam a sociedade socialista como sociedade de transição entre o capitalismo e o comunismo.

Mao Tsétung desenvolveu o conhecimento do proletariado de economia política, do papel contraditório e dinâmico da própria produção e da inter-relação desta com a superestrutura política e ideológica da sociedade. Mao ensinou-nos que o sistema de propriedade é decisivo nas relações de produção, mas que, no socialismo, deve-se prestar atenção a que a propriedade pública seja socialista tanto no conteúdo como na forma. Salientou a interação entre o sistema socialista de propriedade e os outros dois aspectos das relações de produção, as relações entre as pessoas na produção e o sistema de distribuição. Mao desenvolveu a tese leninista de que a política é a expressão concentrada da economia, mostrando que numa sociedade socialista a justeza da linha política e ideológica determina se o proletariado é realmente dono dos meios de produção. Reciprocamente, assinalou que a ascensão do revisionismo significa a ascensão da burguesia, e que dado o caráter contraditório da base econômica socialista seria fácil aos seguidores da via capitalista reerguer o sistema capitalista se chegassem ao Poder.

Criticou profundamente a teoria revisionista das forças produtivas e concluiu que a superestrutura, a consciência, pode transformar a base e, com o Poder político, desenvolver as forças produtivas. Tudo isto tomou expressão na frase de Mao, "Empenhar-se na Revolução, Promover a Produção".

Mao Tsétung iniciou e dirigiu a Grande Revolução Cultural Proletária, que representou um grande salto em frente na experiência do exercício da ditadura do proletariado. Centenas de milhões de pessoas ergueram-se para derrubar os seguidores da via capitalista que haviam surgido de dentro da sociedade socialista e que se concentravam sobretudo na própria direção do Partido (tais como Liu Shaoqi, Lin Piao e Deng Xiaoping). Mao dirigiu o proletariado e as massas na oposição aos seguidores da via capitalista e na imposição dos interesses, pontos de vista e vontade da grande maioria do Povo em todas as esferas que, mesmo numa sociedade socialista, tinham continuado a ser privada das classes exploradoras e do seu modo de pensar.

As grandes vitórias alcançadas pela Revolução Cultural impediram durante uma década a restauração capitalista na China e levaram a grandes transformações socialistas na base econômica, assim como na educação, na literatura e arte, na investigação científica e noutras partes da superestrutura. Sob a direção de Mao, as massas estudaram profundamente o terreno que engendra o capitalismo - como o direito burguês e as três grandes diferenças, entre cidade e campo, entre operários e camponeses, e entre trabalho intelectual e trabalho manual.

No decurso de intensa luta política e ideológica, milhões de operários e outros elementos das massas revolucionárias aprofundaram de maneira significativa a sua consciência de classe e domínio do Marxismo-Leninismo-Maoismo e reforçaram a sua capacidade de exercer o Poder político. A Revolução Cultural foi realizada como parte da luta internacional do proletariado e foi um campo de treino em internacionalismo proletário.

Mao compreendeu a relação dialética entre a indispensabilidade de uma liderança revolucionária e a necessidade de incentivar e confiar nas massas revolucionárias de baixo para cima para implementar a ditadura do proletariado. Deste modo, o fortalecimento da ditadura do proletariado foi também o mais extenso e profundo exercício em democracia proletária conseguido até hoje no mundo, revelando heróicos dirigentes revolucionários como Chiang Ching e Zhang Chungqiao, que se mantiveram ao lado das massas e as dirigiram na batalha contra os revisionistas e que, ante a amarga derrota, continuaram a erguer alto a bandeira do Marxismo-Leninismo-Maoismo.

Lenine disse, "Só é marxista quem alarga o reconhecimento da luta de classes ao reconhecimento da ditadura do proletariado". À luz das inestimáveis lições e avanços alcançados pela Grande Revolução Cultural Proletária dirigida por Mao Tsétung, esta linha divisória ficou ainda melhor definida. Agora, podemos afirmar que só é marxista quem alarga o reconhecimento da luta de classes ao reconhecimento da ditadura do proletariado e ao reconhecimento da existência objetiva de classes, de contradições antagônicas de classe, da burguesia no Partido e da continuação da luta de classes sob a ditadura do proletariado durante todo o período do socialismo, até ao comunismo. Como Mao tão poderosamente afirmou, "A falta de clareza nesta questão conduzirá ao revisionismo".

A restauração capitalista que se seguiu ao golpe de estado contra-revolucionário de 1976 dirigido por Hua Guofeng e Deng Xiaoping, de modo nenhum nega o Maoismo ou os históricos êxitos e as enormes lições da Grande Revolução Cultural Proletária; pelo contrário, esta derrota confirma as teses de Mao sobre a natureza da sociedade socialista e a necessidade de continuar a Revolução sob a ditadura do proletariado.

Claramente, a Grande Revolução Cultural Proletária representa uma epopéia histórica da Revolução, um vitorioso ponto alto para os comunistas e os revolucionários do mundo inteiro, um feito imperecível. Embora tenhamos todo um processo à nossa frente, essa Revolução deixou-nos grandes lições que estamos já a aplicar, como por exemplo, o ponto de que a transformação ideológica é fundamental para que a nossa classe tome o Poder.

Marxismo-Leninismo-Maoismo:
O Terceiro Grande Marco

No decurso da Revolução Chinesa, Mao desenvolveu o Marxismo-Leninismo em muitos campos importantes. Mas foi no cadinho da Grande Revolução Cultural Proletária que a nossa ideologia deu um salto e o terceiro grande marco, o Marxismo-Leninismo-Maoismo, emergiu na sua plenitude. Do plano superior do Marxismo-Leninismo-Maoismo, os comunistas revolucionários puderam compreender ainda mais profundamente os ensinamentos dos grandes líderes precedentes e, de fato, mesmo as contribuições iniciais de Mao Tsétung assumiram um significado mais profundo. Hoje, sem Maoísmo não pode haver Marxismo-Leninismo. De fato, negar o Maoísmo é negar o próprio Marxismo-Leninismo.

Cada grande marco no desenvolvimento da ideologia revolucionária do proletariado enfrentou implacável resistência e só conseguiu ser reconhecido mediante intensa luta e mediante a sua aplicação à prática revolucionária. Hoje, o Movimento Revolucionário Internacionalista declara que o Marxismo-Leninismo-Maoismo deve ser o comandante supremo e o guia da Revolução Mundial.

Centenas de milhões de proletários e massas oprimidas do mundo são cada vez mais impelidas para a luta contra o sistema imperialista mundial e toda a reação. No campo de batalha contra o inimigo, procuram a sua própria bandeira. Os comunistas revolucionários devem empunhar a nossa ideologia universal e difundi-la entre as massas para ainda mais incentivar a sua ação e organizar as suas forças, com o objetivo de tomar o Poder através da violência revolucionária. Para o conseguir, têm de ser formados Partidos marxistas-leninistas-maoistas, unidos no Movimento Revolucionário Internacionalista, naqueles lugares onde não existam, enquanto que os existentes devem ser reforçados de modo a preparar, iniciar e levar até à vitória a Guerra Popular para tomar o Poder para o proletariado e o povo oprimido. Devemos empunhar, defender e, sobretudo, aplicar o Marxismo-Leninismo-Maoismo.

Devemos acelerar a nossa luta pela formação de uma Internacional Comunista de tipo novo, baseada no marxismo-leninismo-maoísmo. A Revolução Proletária Mundial não pode avançar até à vitória sem forjar essa arma porque, como Mao nos ensinou, ou caminhamos todos para o comunismo, ou nenhum de nós lá chegará.

Mao Tsétung afirmou, "O Marxismo consiste em milhares de verdades, mas em última análise todas se reduzem a uma: é justo revoltar-se". O Movimento Revolucionário Internacionalista toma a revolta das massas como o seu ponto de partida, e apela ao proletariado e aos revolucionários de todo o mundo a empunharem o marxismo-leninismo-maoísmo. Esta ideologia libertadora e de combate deve ser levada ao proletariado e a todos os oprimidos porque só ela pode possibilitar que a revolta das massas remova milhares de anos de exploração de classe e dê à luz o mundo novo do comunismo.

Erguer Bem Alto a Grande Bandeira Vermelha do marxismo-leninismo-maoísmo!

26 de Dezembro de 1993

Movimento Revolucionário Internacionalista

sábado, 10 de março de 2012

Brasil: cinco séculos de latifúndio!


A história do Brasil, companheiros, é uma história de cinco séculos de domínio arrogante dos latifundiários, de exclusão da maior parte da população pobre do direito vital à terra e ao alimento. Esta elite rural desalmada ainda domina , agora denominam-se “empresários”  do ramo altamente lucrativo do “agro-negócio”. 
 
Em nossos dias, afirmam com orgulho ultrajante, que conseguiram suas terras com muito “trabalho”. Será que realmente a história comprova isso?
Portugal era uma nação de comerciantes, uma nação dominada por mercadores, um Estado que se constituiu sob a égide do Mercado , da busca pelo acúmulo de ouro e riqueza. A coroa portuguesa era o representante de burgueses ávidos por lucros desmedidos. Nos primeiros anos do século XVI , angariavam seus lucros comprando especiarias orientais que vendiam a preços exorbitantes para satisfazer os luxos da nobreza, uma classe que a este tempo, cada vez mais decaía e era obrigada a cortejar os reis, para ter títulos e terras.
Estavam em uma disputa comercial, que envolvia franceses, holandeses, ingleses e espanhóis. Foram obrigados a colonizar uma terra distante e de clima hostil da qual haviam se apossado com a benção do Papa, pelo qual não tinham muito interesse. Era uma terra de povos arredios de onde extraíam o Pau-Brasil que entrava no rol dos produtos por eles comercializados.
Resolveram , no entanto, em meados do século XVI, transformá-la em uma nova fonte de lucros. Foi assim que decidiram plantar açúcar em suas terras do Novo Mundo. A demanda pelo açúcar era grande entre os europeus e prometia ganhos inimagináveis. Tinham, no entanto, um obstáculo: os nativos. Quando o empreendimento colonial foi iniciado a mando da Coroa, começou igualmente uma guerra sangrenta. A cana precisava de muitas terras, e foi por meio da grande propriedade voltada para o comércio exterior que se forjou a nova colônia. Muitos nativos foram mortos pelas doenças trazidas pelos colonizadores, outros tantos caíram nas mãos dos padres que os transformavam em mão-de-obra gratuira da Igreja Católica nas chamadas missões jesuíticas. Os povos , que bravamente, resistiram a invasão de suas terras foram tratados como inimigos e dizimados em inumeráveis guerras. A maior foi a chamada “guerra dos bárbaros” , que se passou nos sertões a partir do final do século XVII. Aventureiros de todos os tipos se engajaram na guerra contra as populações nativas do interior, após os portugueses terem expulso os holandeses com quem disputaram o domínio dos imensos latifúndios canavieiros. Passaram a desforra de seus inimigos nativos isolados no sertão. Massacraram todos que puderam , sem piedade, motivados pelas promessas da Coroa: ganhariam imensas terras quem matasse índios inimigos. Foi assim, que o sertão foi colonizado, após o massacre dos índios do litoral, cujos sobreviventes foram domesticados pelos religiosos. Aos latifúndios da cana, se somaram as sesmarias: imensos territórios doados para verdadeiros genocidas com a boa vontade dos reis e da Igreja. Os traficantes de carne humana, os mercadores de escravos, vendiam suas “peças” a preços altamente rentáveis: seus lucros formaram imensas fortunas NUNCA QUESTIONADAS.
Esta elite dominou o Brasil como senhores de seus próprios feudos. Sem regulamentação, com o passar dos anos, as antigas sesmarias estenderam-se tomando as terras públicas. Tornaram-se territórios imensos. O Brasil manteve-se nas mãos destas mesmas famílias, que após a independência foram a base política do Império. Nos anos 1850, veio o fim do tráfico negreiro, e os negros, caboclos, mestiços e brancos pobres desejavam ter terra para plantar. Veio então a chamada “lei de terras”, que determinava a venda das poucas terras públicas que já não foram ilegalmente apossadas a preços que os pobres não podiam pagar. O latifúndio aumentou ainda mais o seu domínio. 
 
Com a República, estas famílias aristocratas conheceram seu apogeu. Graças ao modelo federativo, passaram a mandar em suas regiões com uma autoridade legal nunca antes vista. Os patriarcas latifundiários passaram a se chamar “coronéis”. Apossaram-se do novo regime, impuseram seus interesses, o interesse de sua classe: manter o Brasil como uma colônia dos interesses imperialistas, voltado para a produção de gêneros primários. Seus antepassados foram aliados do imperialismo português e inglês, e agora, legítimos republicanos, se aliavam ao novo imperialismo norte-americano.
No século XX, estes latifundiários nunca foram seriamente questionados, pois o Estado Brasileiro estava funcionalmente determinado por eles. O Estado havia sido sempre seu fiel servo.
O latifúndio, imposto pelo GENOCÍDIO, mantido pela EXCLUSÃO VIOLENTA E ILEGAL, SACRAMENTADO PELA IGREJA, NUNCA FOI SERIAMENTE QUESTIONADO NESTE PAÍS.
E o que temos hj, companheiros?
O governo oportunista do PT não poderia angariar apoio político para chegar ao Estado SECULARMENTE DOMINADO por esta elite rural sem o apoio dela. Prometeu incentivar a decadente indústria da cana, e com apoio dos imperialistas americanos, financiou a produção de etanol. Palavra cumprida, os petistas fizeram do domínio inescrupuloso da elite canavieira um empreendimento “moderno”, e “ecologicamente correto”.
Nas fronteiras de expansão do latifúndio, no Centro-Oeste e Norte do país, o processo iniciado a séculos continua: os povos nativos são cada vez mais isolados na selva, a floresta é rapidamente destruída, posseiros gananciosos são os novos aventureiros genocidas.

Nos últimos quatro anos, mais de 300 camponeses morreram em disputas com capangas destes modernos empresários do “agro-negócio”. Esta elite forma o pilar de uma economia em franco processo de desindustrialização, baseada na venda de produtos agrícolas de exportação. Qualquer semelhança com os tempos coloniais NÃO é mera coincidência.
O Latifúndio , imposto pela força bruta e com o aval do Estado, reina inquestionado. 2% dos proprietários (22 mil) dominam mais da metade das terras tituladas. O restante está nas mãos de quase 5 milhões de pequenos e médios proprietários, sem falar na multidão de sem-terras.  Os reformistas da pseudo-esquerda, no entanto, fazem uso de argumentos “politicamente corretos”: eles devem ser indenizados! Como se estas terras tivessem chegado a estes grandes fazendeiros por meios legais, dizem que são os sem-terra , gente fanática e radical. Esta falsa esquerda é míope, não vê um palmo a sua frente, pois precisa de dinheiro E VOTOS. A violência contra os camponeses pobres continua. Expulsos de suas terras, enchem as favelas das grandes cidades do litoral, formando bolsões de miséria, que estruturalmente não poderão ser solucionadas senão por meio da Revolução NO CAMPO. A mídia, no entanto, quer transformar a favela em um orgulho para os favelados. Os problemas do campo são oportunamente negados pela mídia burguesa e as marionetes do governo petista, ingenuamente, falam q “fazem o q podem”. Realmente, eles não podem mesmo FAZER NADA.
 A ineficiência da democracia burguesa para enfrentar o problema agrário é gritante: a pressão dos movimentos camponeses já fez cair mais um ministro do governo pelego (dia 09/03/12), pois em 2011, o número de famílias assentadas foi menor que nos últimos 16 anos!
Neste Estado burocrático a séculos dominados pelo latifúndio, quem manda É o latifúndio.
Com a história na mão, a resposta é certa: não é a FARSA ELEITOREIRA QUE RESOLVERÁ O PROBLEMA AGRÁRIO NO PAÍS, O PROBLEMA HISTÓRICO DE TODOS OS POBRES. A POLÍTICA AGRÁRIA DO PT É EXATAMENTE A MESMA DO ANTERIOR GOVERNO TUCANO. O latinfúndio agro-exportador é aliado secular do imperialismo. O pacto social é o pacto do capital financeiro e dos empresários das “commodities”. A democracia popular passa pela luta contra séculos de opressão, o que não se fará sem uma imensa mobilização de massas. NÃO SE FARÁ SEM A INSURREIÇÃO ARMADA DOS CAMPONESES POBRES PARA PROMOVER A TOMADA DAS TERRAS INDEVIDAMENTE APROPRIADAS POR SÉCULOS DE GENOCÍDIOS E ROUBOS!
Esta é a grande tarefa política de nosso tempo. A CONTRADIÇÃO PRIMORDIAL DO CAPITALISMO BRASILEIRO. Hoxhaístas, trotskistas, reformistas, e todo tipo de oportunistas calam-se diante deste problema ou dizem palavras vazias. Alguns descaradamente provam “teoricamente” que se engajar na luta armada no campo é até “contra-revolucionário” e “pequeno-burguês”! Negam a importância da guerra camponesa, negam a revolução, e negam qualquer mudança significativa. São cegos diante dos problemas das massas. De fato, não as conhecem. Na verdade, estão interessados em suas próprias barganhas eleitoreiras. Será que são realmente amigos do povo? Ou não passam de novos lacaios que se escondem por trás de palavras de ordem “revolucionárias”?
A REVOLUÇÃO AGRÁRIA MAOÍSTA É A RESPOSTA POLÍTICA A ESTA TIRANIA! É A VERDADEIRA LUTA REVOLUCIONÁRIA, CAPAZ DE EMPREENDER A JUSTIÇA , HISTORICAMENTE, DESEJADA PELOS POBRES. REVOLUÇÃO AGRÁRIA JÁ! MORTE AO ESTADO BUROCRÁTICO DO LATIFÚNDIO, DEMOCRACIA POPULAR VIRÁ UNICAMENTE PELA INSURREIÇÃO ARMADA DAS MASSAS!

sexta-feira, 9 de março de 2012

O projeto "popular" do PT

Os ideólogos da camarilha oportunista-reformista hj no poder (PT-PCdoB-PDT-PPS...) fazem uso de argumentos retirados da ciência do Marxismo-Leninismo para justificar sua política pró-imperialista. Afirmam que o PT está implementando no Brasil um projeto democrático-popular de governo, com a única diferença de q não teríamos precisado passar por uma revolução para isso. Afirmam que o PT está realizando o q a esquerda revolucionária tentou implementar ,país em outros tempos , apenas q por meio da democracia. Criticam a atual esquerda revolucionária , afirmando q ingenuamente defendem q o socialismo seja implantado o quanto antes no país, quando é necessário alargar as conquistas democráticas. Estaria então toda a esquerda revolucionária defendendo uma estratégia sem sentido de revolução , quando a democracia está sendo guiada por pessoas "progressistas". Eis, em resumo, os argumentos apresentados pelas marionetes do governo petista.
A questão é: existe mesmo um governo democrático-popular em nosso país?
A origem do PT, companheiros, pode nos revelar muita coisa. Os militares, durante a ditadura fascista em nosso país, esmagaram como sabemos a esquerda revolucionária brasileira, com ferro, fogo e derramamento de sangue. Neste tempo, os revolucionários lutavam , não pelo Socialismo, mas pela Democracia Popular em nosso país. Foram duramente reprimidos. Foi durante o período de refluxo do movimento revolucionário (início dos anos 1980), que surgiu em torno da figura de Luís Inácio "Lula" da Silva, a proposta de uma esquerda nova, q rejeitava o marxismo e considerava o partido leninista como um modelo "ultrapassado". Lula havia sido treinado, junto com outros sindicalistas, em cursos oferecidos pelo IADESIL (Instituto Americano de Desenvolvimento do Sindicalismo Livre), uma instituição norte-americana ligada ao projeto yankee de combater o comunismo, criando um sindicalismo novo, defensor da conciliação dos operários com a burguesia. Treinado na John Hopkins University, na mais fina arte da demagogia q se mascara de esquerda para atrair os trabalhadores ao mesmo tempo q rechaça o comunismo, Lula havia sido introduzido sindicato de São Bernardo pelo sr. Paulo Vidal, próximo dos militares, de quem herdou a direção do sindicato em 1975. Nos cursos do IADESIL, Lula e seus comparsas desenvolveram a proposta de criar um novo partido político de tendência anti-comunista. O suposto "novo sindicalismo" contava igualmente com amplo apoio da Igreja Católica, e defendia a proposta do papa João Paulo II, típica da Igreja, de conciliação entre as classes (uma mera retomada da política "social" da Igreja surgida ainda no século XIX , que afirmava a harmonia entre as classes para se contrapor ao comunismo). Uma ampla aliança entre a Igreja Católica (por meio das chamadas CEB's , Pastoral da Terra, e ideologicamente legitimadas pela chamada "teologia da libertação"), ex-guerrilheiros arrependidos e renegados e diversas correntes trotskistas, da esquerda liberal e semi-trotskistas juntaram-se aos sindicalistas anti-comunistas para formar o que se tornaria o PT. Rapidamente a eles se juntaram os revisionistas e traidores do PCdoB (e sua defesa de uma política eleitoreira para alcançar a "democracia popular"), PCB (que havia aderido a muito tempo a um projeto concialiador e reformista, bem ao gosto dos revisionistas soviéticos) e o MR8. Fizeram uso de um discurso esquerdista (de repúdio ao FMI, crítica aos patrões, crítica ao peleguismo e ao trabalhismo) para conquistar a simpatia das massas. Porém, na medida em q se fortaleciam, este discurso foi ganhando uma tonalidade menos vermelha.


Os petistas sempre receberam amplos financiamentos da Igreja Católica, da democracia cristã européia e do sindicalismo "livre" norte-americano. Puderam assim pretender alcançar em pouco tempo o poder no país. O general Golbery do Couto e Silva, eminência parda do regime militar fascista, considerava de suma importância para a burguesia brasileira apoiar a liderança de Lula, visto q era um líder operário concialiador e q não se alinhava ao marxismo revolucionário.
Ao longo do governo FHC , o PT e a CUT (sua frente sindical) foram se fortalecendo junto aos trabalhadores defendendo a desmobilização e a negociação com a burguesia. Foi basicamente graças ao massacre terrorista dos militares e a demagogia pelega dos petistas, q a esquerda revolucionária foi dizimada , sendo hj tratada como "coisa do passado". Lula vence , finalmente, as eleições presidenciais de 2002, e inica um processo de transição (o primeiro na história do país), entre o governo FHC e o seu. Podemos

dizer, em poucas palavras, q os petistas significaram uma continuidade do projeto liberal do governo FHC. O Bolsa Família reuniu vários programas assistencialistas do governo anterior (Bolsa-escola, vale-gás, etc) em um só, e recebeu ampla propaganda governamental. O novo governo se pautava nas "recomendações" do FMI de somar assistencialismo e uma política liberalizante a nível macro-econômico. E assim estamos atualmente.
O q vemos hj em dia?
O governo petista continua o processo de privatização das empresas e serviços públicos do governo anterior com uma sutileza maquiavélica. Vende concessões do nosso petróleo para empresas estrangeiras, financia grandes monopólios privados nacionais e estrangeiros instalados no país, iniciou a privatização sutil do ensino superior (por meio do PROUNI, em q dinheiro público é investido em faculdades particulares para abrir vagas públicas LÁ), nada fez para retomar as estatais privatizadas no governo anterior, pelo contrário, fortalece o processo de privatização; tem uma política cada vez mais vigorosa de cortes de gastos governamentais, ao mesmo tempo q mantém altos impostos para pagar os juros de uma dívida pública absursa q serve para financiar monopólios privados; isolou o MST no campo , impede o avanço da reforma agrária pq defende a indenização dos latifundiários para desapropriar terras improdutivas indevidamente ocupadas pelos fazendeiros (e eles não disponibilizam muitos recursos para isso -QUASE NADA , na verdade); ultimamente tem privatizado os aeroportos, rodovias, enfim toda a INFRAESTRUTURA
PRODUTIVA. Soma-se a isso a política autoritária de atrelar os sindicatos ao projeto liberal do governo, o distanciamento completo dos dirigentes sindicais(muito bem pagos) em relação às massas, o completo aniquilamento por vias "democráticas" de todo movimento independente da classe operária, mantendo o controle sindical em vigor desde os tempos de Getúlio Vargas. As marionetes do governo ainda tem a cara de pau de falar q estão implementando uma "democracia popular". O país está passando por um processo desastroso de desindustrialização ,visto q seu total apoio ao "livre mercado" tem possibilitado a invasão de produtos estrangeiros , ao mesmo tempo q pequenas e médias empresas fecham em todo o país. Até a burguesia nacional está insatisfeita com o governo petista e tem se aproximado cada vez mais da direita encabeçada pelo DEM/ PSDB. O governo petista é um governo para os monopólios privados subsidiados com dinheiro público (capitalistas burocratizados) e para os grandes latifundiários, q tem provocado a elevação absurda do preço dos alimentos ( o carro-chefe do aumento inflacionário q verificamos hj). O governo PETISTA , companheiros, É REALMENTE UMA DEMOCRACIA POPULAR? OU A MAIOR ARMA DA ALTA BURGUESIA NACIONAL E ESTRANGEIRA CONTRA OS TRABALHADORES?

E ainda vem alguns afirmarem aqui q não precisamos mobilizar as massas populares em torno de uma política verdadeiramente popular, por meio de uma revolução! Queremos uma reforma agrária radical, terra para quem trabalha! Queremos o fim das privatizações com a retomada das empresas já privatizadas! Queremos a mobilização política das massas, a participação delas no Estado, o q é impossível nesse estado patronal dominado por burocratas q representam lá os interesses da alta burguesia financeira e imperialista! Queremos VERDADEIRA DEMOCRACIA POPULAR E NÃO DEMAGOGOS DESCARADAMENTE MENTIROSOS!