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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

20 anos do discurso do cárcere!

" Ao homem, tudo lhe podem tirar, menos isto  ". (referia-se ao PENSAMENTO, com o dedo apontado para a sua cabeça).


Ha exatos vinte anos, o Dr. Abimael Guzmán Reynoso (presidente Gonzalo), chefe máximo da revolução proletária no Peru fez o seu último discurso perante a imprensa burguesa nacional e internacional. Ainda que atrás das grades e cercado por soldados fortemente armados (cenário armado pelos comparsas do regime fascista de Fujimori, como pretexto para humilhar e demonizar o líder máximo do Partido Comunista do Peru), porém, nesse seu último discurso, o presidente Gonzalo mostrou firmeza ideológica, e orientou as massas revolucionárias para que continuassem a guerra popular no Peru.

“Nós estamos aqui como filhos do povo e estamos combatendo nestas trincheiras, que são também trincheiras de combate e o fazemos porque somos comunistas! Porque nós defendemos aqui os interesses do povo, os princípios do Partido, a Guerra Popular, isso é o que fazemos, o estamos fazendo e seguiremos fazendo!... Hoje em dia a realidade é uma, os mesmos contendentes da Iª e IIª Guerra Mundiais, estão gerando, estão preparando a IIIª nova guerra mundial. Isso devemos de saber e nós como filhos de um país oprimido somos parte do butim. Não podemos consentir! Já basta de exploração imperialista! Debemos acabar com eles!”

(Trecho do discurso proferido em 24 de setembro de 1992)

Presidente Gonzalo durante o Discurso do Cárcere, 24 de setembro de 1992.
Mesmo tendo matado muitos comunistas (alguns sem chances de defesa como ocorreu nas prisões de Callao, Luringancho e Frontón em 1986), as forças fascistas sob a batuta dos oligarcas tentaram golpear a direção do PCP, e com certeza, a prisão do presidente Gonzalo foi um duro golpe, porém, a firmeza ideológica tanto por parte da liderança encarcerada (principalmente depois do majestoso discurso do cárcere proferido em 24 de setembro de 1992) como por parte dos quadros, conseguiu manter vivas as chamas da guerra popular no Peru, a vanguarda de todas as revoluções proletárias da atualidade.

No ano seguinte ao da prisão de Abimael Guzmán, apareceram supostas “cartas de paz”, que segundo o governo fascista peruano, foram escritas pelo próprio Abimael Guzmán, esse suposto acordo de paz serviu de base para o aparecimento de uma linha oportunista de direita dentro do partido (LOD), que visava a capitulação e a reconciliação, os renegados criaram sua própria organização (MOVADEF), que na verdade serve apenas como força auxiliar da corja reacionária. Nos últimos tempos, essa linha oportunista continuou a ter voz dentro do partido através do comandante José Artemio, que acabou capturado no começo deste ano.

As ditas “cartas de paz” na verdade era uma fraude. Porém, a fraude só ficou mais clara em 2008, quando o ex-agente do Serviço de Inteligência Nacional do Peru, Rafael Merino Bartet confirmou que foi ele mesmo quem criou as “cartas de paz”.

O uso das “cartas de paz” é mais uma das ferramentas utilizadas pelo imperialismo como meio de “domesticar” os maoístas, como fizeram no Nepal há seis anos e como ainda tentam fazer no Peru e na Índia.

É claro que outras formas de ataque à figura de Abimael Guzmán e seus aportes também se manifestaram tanto dentro como fora do partido, tendo eco entre os nossos “muy amigos” intelectualóides burgueses e na própria mídia burguesa, que sempre lançam bombas de pura desinformação através do jornal, rádio, TV, internet...

Os mesmos ataques que Kruschov, Deng Xiaoping , Enver Hoxha e seus capagangas dirigiram a Stalin e a Mao Tsé Tung, atualmente também recaem sobre a figura do mestre Abimael Guzmán.

O acusam de terrorismo, culto à personalidade, totalitarismo, enfim, os ataques partem desde elementos da extrema-direita até aos comunistas de palavra. A burguesia o ataca por lutar ha séculos contra o proletariado e sua chefatura revolucionária, já os tais “comunistas” o atacam por geralmente desconhecerem a sua contribuição à frente do PCP além é claro de acabarem como alvo fácil da propaganda difamatória da grande mídia.

Foi graças ao trabalho do presidente Gonzalo na liderança do Partido Comunista do Peru, que o maoísmo finalmente foi reconhecido como terceira e superior etapa do marxismo, contribuição de enorme importância, que serviu de luz à vários partidos e organizações comunistas pelo mundo, assim também vale destacar que foi o PCP o primeiro partido comunista a iniciar uma guerra popular sob a luz do maoísmo (em abril de 1980) após a morte de Mao, justamente em uma época um tanto quanto turbulenta, já que o social-imperialismo chinês passou a renegar os aportes de Mao, retirou o seu apoio a partidos comunistas em revolução (como aconteceu na Malásia, Tailândia, Camboja, e Myanmar) ou iludiu-os a iniciarem o processo de capitulação. Por outro lado, o marxismo-leninismo de Enver Hoxha havia se convertido em um dogmato-sectarismo incrível, ao ponto de voltar seu ataque contra Mao Tsé Tung, assim, o revisionismo albanês também acabou reunindo em torno de si outras organizações comunistas combatentes (Partido Bandera Roja-Venezuela, PCML-Colômbia, Partido Comunista do Brasil...).

Como diz um velho ditado: “os verdadeiros amigos aparecem nas piores horas”, foi assim que se sucedeu em relação à defesa do então “pensamento Mao Tsé Tung”, que atualmente graças a Abimael Guzmán é marxismo-leninismo-maoísmo.

Indo contra a maré oportunista e capituladora, o presidente Gonzalo também ensinou sobre o atual momento, ou melhor, estamos no momento da ofensiva estratégica da revolução proletária mundial. Isso faz total sentido quando entendemos que nunca houve um começo de século tão abalado por lutas populares como no presente momento, ao mesmo tempo em que organizações maoístas se desenvolvem ou preparam-se para a guerra popular, e as guerras populares já desferidas seguem avançando.

Desde o Brasil apoiamos a guerra popular no Peru e defendemos a figura importantíssima do camarada Abimael Guzmán!
Mesmo estando encarcerado há 20 anos, mesmo que seu último pronunciamento tenha sido feito em 1992, e mesmo que a sua última aparição tenha sido em 2006, sua postura de revolucionário e suas contribuições para a revolução proletária mundial servem como fonte de inspiração aos comunistas revolucionários de todo o mundo, pois como ele mesmo disse no momento de sua prisão:

“Ao homem, tudo lhe podem tirar, menos isto” (o pensamento).

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