Tratamos aqui em explicar o porquê em defendermos de forma incansável, e ferrenha a imposição do marxismo-leninismo-maoísmo no movimento revolucionário mundial e principalmente entre o proletariado brasileiro.
Entendemos que o maoísmo é a terceira e superior etapa da filosofia
revolucionária do proletariado, é terceira etapa, precedida obviamente por
outras duas, desse modo, o marxismo de Marx e Engels é a primeira etapa desta
grandiosa filosofia e conjunto de leis baseadas no desenrolar das civilizações,
principalmente a sociedade capitalista contemporânea.
Bolcheviques marchando em Moscou. |
A segunda etapa consiste no leninismo, desenvolvido por Vladmir Ilitch Ulianov “Lenin” à frente da fração revolucionária bolchevique. Uns dizem que o leninismo é uma “deformação” do marxismo, consideram um “revisionismo”. Esse problema não é atual, e se estende desde que Lenin iniciou o trabalho no partido bolchevique em despertar as massas para a construção de um novo poder na Rússia czarista. Os ataques contra a figura do nosso companheiro partiram de diversas correntes: czaristas, social-democratas, trotskistas, anarquistas, e liberais.
O leninismo tornou-se marxismo-leninismo não
apenas pelo pensamento leninista ter sido capaz de guiar a consolidação da
“primeira ditadura do proletariado”, porém, o trabalho de Lenin serviu para
fortalecer os princípios da filosofia marxista, quer dizer, Lênin preencheu
algumas lacunas deixadas pelos marxistas do século XIX, que serviu para traçar
uma linha muito clara entre os verdadeiros marxistas e os social-democratas que
usurparam a IIª Internacional. Entre estes princípios, ou melhor, entre esses
novos aportes podemos citar a contribuição do pensamento de Lenin para a
compreensão do imperialismo que segundo o próprio Lenin era a “fase agonizante
do capitalismo”, o trabalho dirigido por Lenin também serviu para mostrar e
comprovar a necessidade e eficiência da organização do proletariado para tomar
o poder, que só pode ser conquistado através da luta armada e não através do
cretinismo parlamentar como pensavam e continuam a pensar os social-democratas
e toda a ralé oportunista. O desmantelamento da linha oportunista de esquerda
também foi outra contribuição, pois, segundo Lenin, “o esquerdismo é a doença infantil no
comunismo”.
Assumindo o a liderança da primeira ditadura do
proletariado, a Rússia soviética em fase de reconstrução tornou-se o primeiro
baluarte da revolução proletária mundial.
A organização da uma nova Internacional
Comunista, a IIIª Internacional de 1919 serviu como base de apoio para a
expansão do movimento proletário e revolucionário em todo o mundo, assim, nos
próximos anos a Rússia e demais países que faziam parte do antigo império
czarista uniram-se formando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Entre os anos de 1919 e 1922 estouraram revoluções na Hungria, Polônia,
Alemanha e Mongólia, esta última bem sucedida, tornando-se a segunda república
popular no mundo.
No ano de 1924 o grande camarada Lenin morreu,
porém, seu pensamento continuou vivo e as metas estabelecidas por Lenin foram
continuadas e até superadas sob a liderança de outros bolcheviques como
Kalinin, Zhdanov e Stalin.
Nas décadas seguintes a URSS seria exemplo para
revolucionários de todo o mundo, partidos e organizações revolucionárias seriam
formadas em países opressores e oprimidos, revoluções estourariam na Bulgária,
Indonésia, China, Brasil, Espanha, Lituânia, Letônia, Estônia, Indochina,
Malásia, Filipinas, Birmânia, Grécia, Albânia, Itália, Bélgica, França, Iugoslávia,
Coréia, Romênia, Paraguai... Tudo isto em um período que vai desde 1924 até
1959, sendo que a maioria dos levantes revolucionários ocorreu entre meados dos
anos 30 até o final dos anos 40.
Entre os anos de 1917 a 1956, a União Soviética
mostrou-se fortaleza do socialismo e da revolução proletária, esta fortaleza
infelizmente acabou desmantelada devido a certos problemas ideológicos, gerando
certa confusão entre os membros do Comitê Central após a morte de Kalinin,
Zhdanov e Stalin. Essa confusão ideológica abriu a guarda para que elementos
mal-intencionados pudessem tomar o poder e tentar desmantelar o movimento
revolucionário desde cima até em baixo, influenciando partidos em todo o mundo.
Ainda assim, outros partidos resistiram e puderam dar novos ares para o
movimento revolucionário, após a ruptura partidária entre o Partido Comunista
da China e o Partido Comunista da União Soviética.
Com a realização dos XXº Congresso do PCUS em
1956 onde Kruschov apresenta um documento contendo mentiras a respeito da
figura de Stalin, seguido da demissão da cúpula revolucionária do PCUS (entre
eles Jukov, Kaganovich entre outros), e a reabilitação de antigos inimigos do
socialismo que se encontravam dentro e fora do PCUS.
Utilizando da influência e do prestígio que a
URSS ainda dispunha, Kruschov e seu bando fizeram de tudo para influenciar
outros partidos a assumirem uma linha revisionista baseada na difamação da
figura de Stalin e seus defensores e nas teses revisionistas de “Estado e
partido povo”, “transição pacífica,
coexistência pacífica e competição pacífica”. Esta tese ficou conhecida como “dois todos e três pacíficas”, uma
estúpida tentativa de barrar o avanço da revolução proletária mundial.
É a partir dos primeiros anos da década de 1960
que a China surge como novo baluarte da revolução proletária mundial. Junto com
o Partido do Trabalho da Albânia rompem com o pacifismo e submissão aos
interesses da União Soviética que naquela altura havia se convertido em
potência social-imperialista.
Até meados dos anos 60, o Partido Comunista da
China sob o comando de Mao Tsé Tung moveu intenso debate com os comunistas
soviéticos na tentativa de frear o avanço do revisionismo na União Soviética.
Apesar de o avanço revisionista ter continuado, os debates onde o PCCh
levantaram bem alto as bandeiras vermelhas da revolução deram coragem para que
os comunistas revolucionários de todo o mundo rompessem com a linha oportunista
e reorganizassem as forças revolucionárias, que de fato aconteceu nos anos
seguintes, inclusive dentro dos países que haviam assumido o revisionismo como
aconteceu na Polônia em 1964, onde o histórico dirigente Kazimieriz Mijal junto
com outros dirigentes revolucionários remanescentes, organizaram o Partido
Comunista da Polônia.
O lídero do Partido Comunista da Polônia com o presidente Mao e o camarada Kang Sheng, 1964. |
A reação soviética foi imediata, acusando os
comunistas chineses de “fraccionistas” e “hegemonistas”, quando na verdade os
hegemonistas eram os próprios revisionistas soviéticos sob a batuta de Kruschov
e Brezhenev.
Foi então a partir da década de 1960 que os comunistas
de todo o mundo passaram a reconhecer Mao Tsé Tung como continuador do trabalho
revolucionário desenvolvido por Marx e Engels em 1848.
A partir daquela época as teses de Mao Tsé Tung
muito mais do que mostrar eficácia, mostraram seu caráter de validade
universal, superando erros, lacuna e pormenores do marxismo-leninismo. Não fui
uma tentativa de se contrapor ao trabalho de Marx à Stalin como falam os
oportunistas, ao contrário, deu novos ares ao marxismo-leninismo, afiou a “espada da revolução”.
Porém, os camaradas menos entendidos no assunto
devem estar se perguntando: que inovações são essas que o pensamento Mao Tsé
Tung trouxe ao marxismo-leninismo e à revolução proletária mundial? Vários,
como explicaremos a seguir.
Primeiramente, devemos compreender que o
“pensamento Mao Tsé Tung” foi adotado pelo Partido Comunista da China em 1935,
quando a linha esquerdista de Wang Ming foi derrotada. Esta linha
pseudo-revolucionária foi defendida por Enver Hoxha quando Mao Tsé Tung morreu.
O que Hoxha se esqueceu de dizer foi que Wang Ming, e seus cúmplices que se
autodenominavam “bolcheviques” passaram o resto de seus dias na União Soviética
de Brezhnev, soltando maldições ao socialismo chinês e à liderança de Mao Tsé
Tung, Chen Bo Da, Lin Piao e Kang Sheng.
Naquela época, o pensamento de Mao Tsé Tung era
a análise das contradições da sociedade chinesa e a forma de resolvê-las sob a
luz do marxismo-leninismo, o que muita gente não sabe, ou melhor, o que o
PCdoB, PCR, PCB e o PCML brasileiro não sabem é que a partir de então esse
pensamento forjado no calor da revolução traria inovações ao marxismo-leninismo
ao longo dos anos em que foi ideologia do Partido Comunista da China
(1935-1976) até tornar-se a Terceira Espada do comunismo.
As concepções revolucionárias de Mao Tsé Tung
foram inicialmente sintetizadas por Chen Bo Da no início da década de 50 em um
livreto intitulado “Mao Tsé Tung na revolução chinesa”, depois as obras de Mao
Tsé Tung foram compiladas em quatro volumes ao longo dos anos 50 e 60, chamados
de “Obras Escolhidas” com o número respectivo de cada livro. Com base nestas
obras, 1966 o camarada Lin Piao transcreveu trechos das obras para um livreto
que ficou conhecido mundialmente como “Livro
Vermelho”, onde de forma bem simples e clara mostrava as concepções
revolucionárias formuladas por Mao Tsé Tung desde 1926 até 1965.
Tanto o camarada Lin Piao como o camarada Chen
Bo Da foram difamados pelos revisionistas que tentavam dominar o partido
durante a ofensiva da Revolução Cultural Proletária. Tendo estes revisionistas
semeado confusão através de intrigas dentro do Partido Comunista, não tardou
muito para que inclusive grandes dirigentes revolucionários acabassem iludidos
pelas intrigas que visavam de toda a forma derrotar a ditadura do proletariado na
China.
O comandante Lin Piao. |
Exército Popular de Libertação em 1949. |
- a de que o partido comunista é a organização
máxima do proletariado
-que só os cretinos acreditam na tomada do
poder pelo proletariado através das urnas
Entenda-se que as concepções de Mao não um
plágio das concepções de Lenin, porém, são o desenvolvimento, fruto da aplicação do marxismo-leninismo.
Compreendendo a função do exército do
proletariado e a função de vanguarda do partido comunista, Mao Tsé Tung no
calor da batalha também desenvolveu o modo como a tomada do poder deveria ser
feita, como seria a guerra popular.
Assim Mao Tsé Tung compreendeu a necessidade de uma
guerra popular prolongada. Parece apenas uma simples questão de estratégia,
porém, serviu para mostrar o caminho a ser seguido para a tomada do poder tendo
o proletariado como classe vanguarda. Tornou-se totalmente claro que a
revolução proletária não precisaria depender de algum golpe de estado, nem ser
empreendida por tropas rebeladas do exército burguês. O povo junto ao Partido
Comunista poderia organizar seu próprio braço armado.
Como o próprio nome sugere, a idea de Mao era
uma guerra popular de caráter prolongado, onde partia-se para ações mais
simples, como a guerra de guerrilhas até chegar o momento de uma guerra regular
de movimentos. Para a China dos anos 30 e a nos países dominados da época e da
atualidade, a guerra popular consistia em ações a partir das zonas rurais até
atingir primeiramente cidades pequenas, mais tarde as médias e por último as
grandes cidades.
A sobrevivência do exército guerrilheiro
popular depende do apoio das massas, ou seja, Mao também ensinou que “a guerra popular é uma guerra de massas”,
ou seja, a vitória só poderia ser obtida contasse com o apoio de amplas massas.
Para isso, Mao Tsé Tung também enfatizou sobre a questão de criar um exército
culto, quer dizer, soldados e camaradas que tivessem cultura, que aprendessem a
ler, escrever, que falassem de modo educado, que fossem respeitosos e que servissem
as massas incondicionalmente.
Muito mais que tratar educadamente o povo,
deveriam ter um apoio forte, para isso foram criadas bases de apoio, quer dizer, zonas libertadas, administradas pelo
proletariado junto ao partido comunista, criando assim um poder popular
paralelo ao poder do governo opressor.
Guerrilheiros do EGPL, Índia. |
Tropas do Exército Popular Anti-Japonês da Malásia. |
Há certo engano quando dizem que a guerra
popular prolongada inicia-se apenas em zonas rurais para poder chegar às
cidades. O caráter principal é o tempo de duração da guerra, não importando
exatamente (isso vai depender de cada país onde esta brilhante estratégia for
aplicada) aonde deve começar. Temos dois grandes exemplos de guerras populares
que iniciaram em zonas urbanas, citamos a ação das Brigadas Vermelhas na
Itália, e a ação da Fração do Exército Vermelho na Alemanha Ocidental, ambos os
grupos estavam sob a luz do maoísmo (pensamento Mao Tsé Tung na época).
Depende do partido comunista de cada país
formular uma linha correta para desferir a guerra popular.
Poster das Brigadas Vermelhas |
As leis
da contradição também foram outra grande contribuição dada por Mao Tsé Tung ao
movimento revolucionário, especialmente com a publicação “sobre a contradição”,
de 1937.
Enfatizando sobre a necessidade da prática
acompanhada com a teoria, Mao desenvolveu outra concepção: o método de prática->teoria->prática, ou
seja, a partir da prática pode-se compreender os erros, e avanços,
sintetizando-os, gerando uma teoria que deve ser posta em prática a fim de
continuar o seu desenvolvimento.
Sobre a questão da contradição, devemos
entender segundo Mao que um todo abriga em si dois contras, quer dizer, nesse
momento de união existe uma contradição
não-antagônica. Quando esses contras começam a lutar entre si, essa
contradição se torna uma contradição antagônica
e por isso se dividem, ao contrário da tese social-democrata que apenas a
união deveria prevalecer. Essa é a regra que rege todo o universo, inclusive a
dialética materialista, onde uma unidade abriga dois contras que quando
desenvolvem o antagonismo, dividem-se, assim sucessivamente.
Compreendendo
a unidade e luta de contrários, Mao também compreendeu a forma de
resolvê-los, tendo cada tipo de contradição um meio apropriado para ser
resolvido.
Em uma contradição não-antagônica, como por
exemplo, divergências de certas opiniões dentro do partido ou do movimento não
podem ser resolvidas meramente com expulsão ou eliminação física dos
divergentes, como sendo não antagônica, essa contradição deve ser resolvida com
método brando, que é através do debate e da prática.
Agora, se um grupo divergente tenta sabotar o
movimento revolucionário, a liderança e as bases, desrespeitando as normas de
conduta, então, essa contradição passa a ser antagônica, não havendo mais
condições de continuarem unidos, estes contras se separam.
A “luta entre duas linhas” também foi outra
descoberta importante, já que esta representa uma contradição inicialmente
não-antagônica que aparece no seio do partido e do movimento revolucionário.
Essa contradição, ou melhor, essa luta entre linhas em seu caráter
não-antagônico pode e deve ser resolvida através do debate e da prática. Quando
assume um caráter antagônico, esse tipo de contradição só pode ser resolvido de
forma radical: com a expulsão e devida punição aos quadros indisciplinados. A
idea da luta entre duas linhas, reforça ideologicamente as forças
revolucionárias e destrói a tese errônea da organização de caráter
“monolítico”, já que, uma vez expulsos os dissidentes, outros surgirão até a
organização acabar enfraquecida. Hoxha foi um dos maiores propagadores dessa
idea errada, aconteceu que logo após a sua morte, o Partido do Trabalho da
Albânia acabou desmantelado pelos próprios membros.
Na questão política a unidade e luta de
contrários se estende até a chegada do comunismo, portanto contradições
antagônicas e não-antagônicas continuarão a existir enquanto existir a luta de
classes, que também é uma contradição.
A linha de massas foi outro aporte de grandiosa
importância desenvolvido por Mao Tsé Tung à frente do Partido Comunista. A
linha de massas se baseia no apoio total às grandes massas de trabalhadores,
pois são as massas que podem realizar grandes feitos, são os donos do mundo.
Baseando-se nas aspirações e anseios das grandes massas de trabalhadores, o
partido comunista deve buscar compreender esses desejos, sintetizá-los e
devolvê-los ao povo como forma de diretrizes. Resumindo em uma bela frase do
próprio Mao Tsé Tung: COM A LINHA
CORRETA TEMOS AS PESSOAS E OS FUZIS.
Com base na correta linha de massas, foi
possível o desenvolvimento econômico e cultural da República Popular da China
nos anos 50, como durante o Grande Salto à Diante e o Movimento das Cem Flores,
que será explicado a seguir.
A necessidade do máximo desenvolvimento da
economia socialista é fundamental e foi reiterado por Lenin. O presidente Mao e
o Partido Comunista apoiados pela poderosa força das massas iniciou na segunda
metade dos anos 50 uma poderosa linha de desenvolvimento do socialismo,
investindo pesado na indústria e incentivando a criação de comunas populares,
ou melhor, grandes fazendas coletivas e autônomas.
Entre os anos de 1956 a 1960, houve um grande
salto na indústria e na agricultura, diferente das mentiras propagadas pelos
inimigos do marxismo-leninismo-maoísmo. Para se ter uma idea, a partir de 1956
iniciou-se a produção de automóveis e motocicletas com base em protótipos
desenvolvidos entre os anos de 1950 e 1953. Em 1958 a China além de iniciar a
primeira transmissão de televisão também iniciou a produção dos próprios
aparelhos. Maquinaria suíça foi comprada para a produção de relógios, além da
produção agrícola ter batido recordes a cada ano. Nos anos seguintes também
foram produzidos tratores, toneladas e mais toneladas de aço, máquinas de lavar
roupas, geladeiras “Snow Flake”, turbinas de hidrelétrica, prensa hidráulica, e
até computadores. Assim, o Partido Comunista sob a luz do pensamento Mao Tsé
Tung foi capaz de transformar um país que até pouco tempo atrás era semifeudal
em potência e baluarte da revolução proletária mundial até 1976.
Porém, a burguesia continuava infiltrada dentro
do Partido Comunista, sendo respaldada pelos revisionistas soviéticos e seus
capangas. Agindo com total cinismo, gente como Deng Xiaoping, Kao Kang, e Liu
Shao Qi auxiliaram na sabotagem do Grande Salto à Diante, como por exemplo, na
falsificação dos resultados obtidos durante as colheitas, provocando assim uma
grave crise na distribuição de alimentos. A União Soviética pouco fez, enviou
quantidade insuficiente de alimentos, obrigando a China a importar milho da
Austrália e Nova Zelândia em 1960.
A sabotagem revisionista não parou por aí,
tentaram corromper funcionários públicos, visando impor um modelo de
administração burguesa, tanto nas fábricas, como nas fazendas e nas escolas,
tudo isso respaldaria uma restauração capitalista que estava para ocorrer em
meados dos anos 60.
Esta restauração capitalista a cada dia estava
dia após dia corroendo as estruturas do socialismo e da Nova Democracia, visava
aproximar-se de Kruschov e Brezhnev, transformando assim a ditadura do
proletariado em uma ditadura da burguesia nacional, que consequentemente
conduziria a uma restauração capitalista ainda na década de 60. Vários quadros destacados do Partido Comunista
(principalmente os que ocupavam postos dirigentes) estavam se corrompendo ou já
haviam sido corrompidos pelo revisionismo de Liu Shao Qi, que na época era
presidente da República Popular da China.
Um pouco antes, mais exatamente durante os
debates que se seguiram entre o Partido Comunista da China e o Partido
Comunista da União Soviética no início dos anos 60, Mao Tsé Tung compreendeu os
erros e os avanços do socialismo na União Soviética durante o período de Lênin
e Stalin até a derrocada socialista iniciada por Nikita Kruschov e seus
seguidores.
Assim, ele compreendeu que não bastaria
destruir a burguesia apenas no domínio econômico, porque a burguesia tem a
capacidade de se camuflar em outro sistema além de contar com um apoio
internacional, que é o capital estrangeiro. Portanto, a burguesia fora do poder
poderia subsistir como pensamento, costumes, ideas, portanto, as influências
burguesias e feudais deveriam ser desmascaradas e aniquiladas.
No final de 1965, motins de estudantes e
operários contra dirigentes burocratas começaram a ganhar força, mostrando mais
uma vez a força e a sabedoria das massas, em reconhecer seus verdadeiros
líderes e desmascarar os impostores. Esse ato revolucionário dos estudantes
teve apoio dos revolucionários do Partido Comunista, incluindo o próprio
presidente Mao, que no ano seguinte, lançaria a Grande Revolução Cultural
Proletária.
Em 1966, foi publicada uma carta de 16 pontos
onde Mao Tsé Tung e o Partido Comunista lançavam as diretrizes da Revolução
Cultural, que adiaria a restauração capitalista em 10 anos, mostraria ao mundo
todo a universalidade do “pensamento Mao Tsé Tung” e fortaleceria a China como
baluarte da revolução proletária mundial.
Multidão de jovens, proletários e guardas vermelhos em 1966. |
Assim, Mao Tsé Tung confiando na capacidade
revolucionária da juventude e do proletariado dirigiu a ofensiva revolucionária
contra as influências burguesas. Camponeses, operários, intelectuais, muita
gente, especialmente os jovens aderiram às milícias populares, que ficariam
conhecidos mundialmente como “Guardas Vermelhos”, defensores do pensamento
revolucionário de Mao Tsé Tung.
Quando a delegação militar albanesa estava na
China, Mao Tsé Tung perguntou aos camaradas albaneses se eles sabiam qual era o
propósito da revolução cultural proletária. Eles responderam que o propósito da
revolução cultural era desmascarar os corruptos.
Porém, o grande timoneiro explicou que o
propósito ia mais além, a Revolução Cultural serviria para destruir toda a
influência burguesa, que se camuflava na ideologia, e nos costumes entre o
povo.
Como o nome já sugere, a Revolução Cultural se
tratava de uma REVOLUÇÃO, ou seja, ali se travava uma dura luta de classes,
onde não tardou muito para que dirigentes burgueses também criassem seus
próprios “guardas”, alguns inclusive anti-maoístas, que logo foram atirados no
lixo da história.
Essa Grande Revolução Cultural Proletária
atingiria de modo positivo todo o sistema socialista da China, começando desde
baixo até os altos escalões. Vários dirigentes burgueses foram rechaçados pelo
povo, e condenados pelos seus atos contra o povo e contra o socialismo, como
Deng Xiaoping e Liu Shao Qi.
A história burguesa em coro com os
revisionistas pós-76 tratam de dizer que a revolução cultural estagnou a
economia da China, quando na verdade houve apenas uma leve queda entre 1966 e
1968, aumentando a partir de 1969 até 1979, quando a economia teve um
retrocesso por causa da restauração capitalista.
É importante ressaltar que durante o período da
revolução cultural a China lançou seu primeiro satélite artificial (1970),
produziu a primeira TV em cores (1970), bomba de hidrogênio (1973), o arroz
híbrido que aumentaria a produção em até 30% (1974). Ainda no ano de 1974,
quase 100% (para ser mais exato, 98,5%) da produção total do país vinha do
setor socializado, portanto, a República Popular da China avançava no
socialismo.
Nessa época, vários partidos comunistas do
mundo todo passaram a levantar bem alto a bandeira do
marxismo-leninismo-pensamento Mao Tsé Tung, levando o proletariado a obter
importantes vitórias sob essa linha revolucionária, como em Moçambique,
Kampuchea Democrática e na Colômbia, onde o PCML -C estava construindo a
República Popular da Colômbia, superando os pseudo revolucionários do M-19, ELN
e FARC.
Apesar do socialismo chinês e a Revolução
Cultural Proletária terem sido derrotados após a morte de Mao, esse tempo
serviu para adquirir experiência na revolução cultural, serviu para aprender os
métodos corretos, para aprender o que deve e o que não deve ser feito.
Nos anos seguintes à morte do Presidente Mao,
Enver Hoxha, que outrora havia sido um importante aliado da revolução
proletária mundial passou a tecer críticas no mínimo estúpidas contra Mao Tsé
Tung, e ao contrário de comandar uma onda da revolução proletária, os partido
comunistas que aderiram ao marxismo livresco de Enver Hoxha passaram a
capitular, como o próprio PCML da Colômbia, que em 1984 iniciaria o processo em
depor as armas.
Os partidos comunistas que seguiram apoiando
Deng Xiaoping teriam o mesmo fim, passariam a capitular ao longo da década de
80, como o Partido Comunista da Tailândia, Malásia e Myanmar.
Algumas organizações proletárias e
revolucionárias continuaram com a guerra popular sob a luz do pensamento Mao
Tsé Tung, como TKP-ML, o PC das Filipinas e o PCML da Índia, porém, o final dos
anos 70 abriria uma nova era para a revolução proletária mundial, que ficaria
muito mais claro na década seguinte.
Guerrilheiros peruanos do Ejercito Guerrillero Popular em 2011. |
Guerrilheiros do Partido Comunista da Turquia (ML). |
Em 1980 o Partido Comunista do Peru, sob o
comando do presidente Gonzalo iniciou a guerra popular, a primeira guerra
popular prolongada iniciada depois da morte do presidente Mao. Indo totalmente
contra a ofensiva revisionista que os hoxhaístas lançavam, o PCP junto com outros
partidos comunistas lutaram pela imposição do marxismo-leninismo-pensamento Mao
Tsé Tung no movimento revolucionário. Dois anos depois, o PCP lançaria a
consiga marxismo-leninismo-maoísmo, lutaria pela adoção do maoísmo como
terceira e superior etapa do marxismo-leninismo principalmente quando surgiu o Movimento Revolucionário
Internacionalista, organização revolucionária e internacionalista que reúne
vários partidos comunistas revolucionários desde 1984.
Prisioneiras de guerra homenageando o presidente Gonzalo e o verdadeiro PCP. |
O depois do Partido Comunista da China, o
Partido Comunista do Peru foi o partido que mais se destacou em desenvolver e
divulgar a linha revolucionária do presidente Mao.
Os aportes do presidente Mao Tsé Tung não se
encaixam mais ao termo “pensamento Mao Tsé Tung”, porque o pensamento é o
resultado da análise e compreensão das condições de determinado país sob a luz
do marxismo-leninismo. Atualmente o os aportes de Mao Tsé Tung são a nossa
linha guia, que serve de base para criarmos um pensamento revolucionário.
Portanto, o marxismo-leninismo-maoísmo desde
muito tempo vem mostrando a sua universalidade, as descobertas e
desenvolvimentos do presidente Mao servem como linha guia para que partidos e
organizações revolucionárias de todo mundo possam resolver suas contradições,
seja a contradição interna, contradição externa, ou ambas.
Devemos nos sentir orgulhosos, porque a nossa linha guia foi fortalecida por Mao Tsé Tung, depende agora de cada organização revolucionária buscar resolver a contradição sob a luz do marxismo-leninismo-maoísmo.
Devemos nos sentir orgulhosos, porque a nossa linha guia foi fortalecida por Mao Tsé Tung, depende agora de cada organização revolucionária buscar resolver a contradição sob a luz do marxismo-leninismo-maoísmo.
Gostaria por favor de algo sobre o pensamento Gonzalo. Abs! ótimo artigo!
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