O que é o pensamento Gonzalo? O que o constitui? Muitos camaradas interessados na guerra popular e em temas tocantes ao maoísmo e à revolução proletária nos dias atuais nos perguntam isso. Pois bem, o Partido Comunista do Peru, forjado no marxismo-leninismo-maoísmo pensamento Gonzalo ao longo de muitos anos, especialmente após o ILA-80, lançou diversos artigos sintetizando sua linha de ideologia e ação tomando sempre como base o marxismo-leninismo-maoísmo (antigamente pensamento Mao Tsé-tung). Porém, este interessantíssimo artigo publicado pelo Partido Comunista Marxista-Leninista-Maoísta da França nos expõe de maneira simples e curta os pontos chave da luz guiadora da revolução peruana, que convida a todas as organizações revolucionárias do mundo a desenvolverem seu próprio pensamento. O seguinte artigo, datado do ano de 2012 foi retirado do blog espanhol "Odio de Classe", na época em que ainda estavam sob a toda poderosa luz ideológica do maoísmo. Aproveitem o texto. ESTUDE, APLIQUE, DIVULGUE.
1. Gonzalo e o otimismo revolucionário
Quando uma classe se move na
direção da tomada do poder, é necessário construir fortes possibilidades em
todos os campos, e por e claro que está mais certo do que nunca no curso da
classe operária, deve ter um sistema todo poderoso cultural e ideológico, o que
permita compreender todos os aspectos da sociedade para revolucioná-la.
Gonzalo jogou um papel histórico
ao permitir entender isto. Enfatizou que os revolucionários devem defender o
otimismo absoluto, no documento “ILA-80” que explica o início da luta armada no
Peru em 1980. Ele explica:
“Necessitamos de um grande otimismo e há uma razão para isto. Somos os criadores da manhã, somos guias, a guarnição do triunfo invencível da classe. É por isso que somos otimistas.
“Necessitamos de um grande otimismo e há uma razão para isto. Somos os criadores da manhã, somos guias, a guarnição do triunfo invencível da classe. É por isso que somos otimistas.
Estamos entusiasmados por
natureza. Estamos alimentados pela ideologia da classe: o
marxismo-leninismo-pensamento Mao Tsé-tung. Vivemos a vida da classe.
Participamos em seus feitos históricos. O sangue de nosso povo arde e ferve em
nós.
Somos sangue poderoso e
palpitante. Tomemos esse ferro e aço indobrável que é a classe e
agreguemos-lhes a luz imutável do marxismo-leninismo-pensamento Mao Tsé-tung”.
2. Cada classe
revolucionária chama para a luta épica
Quando a revolução burguesa
francesa se estendeu no final do século XVIII, houve a necessidade histórica de
uma mobilização épica das massas. A burguesia mergulhou no passado, em busca de
algo que poderia aparecer tão próximo o possível de suas necessidades e levou o
poderia ser um desenho para galvanizar a luta: a república romana.
Napoleão, passando da figura de
um general romano à um César imperial, era o brinquedo de um processo histórico
que liderou mudanças internacionais que a burguesia francesa necessitava para
se desenvolver plenamente na conquista do poder.
Karl Marx e Friedrich Engels
explicaram esta questão ideológica, a eliminação das névoas ideológicas e
pretensões burguesas de fazer a última e total revolução. Porém não integram
esta questão ideológico-cultural no socialismo científico, porque neste momento
não havia nova democracia/revolução socialista no mundo.
3. Pensamentos
como expressão do movimento da matéria
Com a revolução socialista na
Rússia em outubro de 1917 e a revolução chinesa de nova democracia na China
triunfando em 1949, o materialismo dialético formulou cientificamente a questão
da vanguarda, do partido revolucionário.
A ideologia revolucionária dirige
o processo revolucionário; no próprio partido revolucionário, lutas entre duas
linhas surgem no processo: a vida do Partido Comunista obedece também às normas
do desenvolvimento dialético.
A ideologia revolucionária dirige
o processo revolucionário; no próprio partido revolucionário, lutas entre duas
linhas surgem no processo; a vida do Partido Comunista obedece também às normas do desenvolvimento
dialético.
E também fazem os pensamentos, já
que são o reflexo do mundo, da matéria em movimento dialético, na dimensão do
mesmo universo.
No documento “A vida, da matéria,
o universo, parte 7: O que é um pensamento?” Promovido pelo PCMLM [França], se
explica:
“O pensamento consiste em
movimentos moleculares e químicos do cérebro, movimentos que são a matéria e
que são conseqüência do movimento da matéria fora do corpo – o movimento
exterior se percebe.
Neste movimento de percepção, a
matéria cinza se desenvolve – se trata da compreensão sintética do movimento
dialético da matéria. “Então, se volta abertamente uma expressão da matéria em
movimento”.
4. Individuos não
pensam
No século XIII, a reação francesa
teve que lutar contra as teses materialistas na Universidade de Paris. Estas
teses foram conclusões lógicas do pensamento de Averroes (1126-1198), o grande
pensador da Falsafa, a filosofia árabe-persa.
A igreja proibiu 13 teses em
1270, e entre elas: “A proposta: ‘homem pensa’ é falso ou incorreto”,”O livre
arbítrio é uma potência passiva, não ativa, que é impulsionado pela necessidade
do desejo”, “Vontade humana quer e elege por necessidade”, “Não houve nunca um
primeiro homem”, “O mundo é eterno”, “Há um só intelecto numericamente idêntico
para todos os homens”.
Estas teses são corretas e são
uma expressão de materialismo.
Quando se fala de um pensamento,
não se fala sobre o pensamento individual, incluindo se um indivíduo o
expressar. As pessoas não pensam. A humanidade é matéria em movimento, o
pensamento não é mais do que um reflexo do movimento. Não pode haver pensamento
individual, o que os indivíduos pensam é a expressão de desejo e necessidade.
5. Pensamento
como arma cultural-ideológica para a revolução em cada país
Gonzalo não só chama ao otimismo
revolucionário porque havia a necessidade de lutas épicas. Isto seria subjetivo
e não se ajusta à ideologia comunista, que tende ir ao futuro e não ao passado.
Assim, ao longo da convocatória
de entusiasmo, formulou a ideia de que
em cada país se desenvolve um pensamento revolucionário, sintetizando a
sociedade, e afirmando a forma correta de resolver as contradições sociais.
História em movimento produz
entusiasmo e a correta compreensão da realidade no pensamento das massas, da
vanguarda, da direção revolucionária.
No documento “O pensamento
Gonzalo” do Partido Comunista do Peru, se explica:
“As revoluções dão lugar a um
pensamento que as guia, que é resultado da aplicação da verdade universal da
ideologia do proletariado internacional nas condições concretas de cada
revolução, um pensamento guia indispensável para alcançar a vitória e
conquistar o poder político e por outra parte, para continuar a revolução e
manter o rumo sempre até a única meta, grande: o comunismo”.
6. Pensamento
como síntese de uma sociedade
Cada sociedade nacional tem
contradições, que o pensamento comunista analisa, produzindo a síntese
revolucionária que consiste no programa revolucionário e os métodos para
realizá-lo.
Na Rússia, e China, Lenin e Mao
Tsé-tung conheciam não só a situação política, como também, precisamente, a
situação econômica e os aspectos culturais-ideológicos. Eles frequentemente
citam obras literárias e fazem referência a sua própria cultura, da situação
cultural-ideológica das massas (por exemplo, a relação de autoridade no campo,
a aparição ou não do capitalismo no campo, etc.)
Em muitos outros casos, os
líderes revolucionários produziram um pensamento, uma síntese de sua própria
realidade.
No Peru, José Carlos Mariatégui
escreveu em 1928 uma análise completa da história do seu país: “Sete ensaios de
interpretação da realidade peruana”, que explica a história do processo de
colonização, a situação das zonas rurais, dos índios quéchuas, etc.
Na Itália, Antônio Gramsci um dos
fundadores do Partido Comunista em 1926, estudou da mesma forma a cultura e a
história do seu país, a compreensão da natureza do estado italiano e a
contradição história entre o norte e o sul (mezzogiorno) do país.
Alfred Klahr foi o primeiro
teórico para explicar que seu país a Áustria era uma nção (“Sobre a questão
nacional na Áustria”, 1937) e como o nazismo alemão não só estava sob o
controle do capital imperialista, como também dos Junkers.
Ibrahim Kaypakkaya, nascido em
1949 e assassinado pelo estado turco em 1973, realizou um estudo exaustivo da
“revolução” feita por Mustafá Kemal e a ideologia kemalista, descobrindo o
caminho para uma compreensão correta da natureza econômica, política e cultural
ideológica da Turquia.
Ulrike Meinhof estudou a natureza
da dependência da Alemanha Ocidental, que estava sob o controle dos Estados
Unidos; vendo o processo de recuperação econômica depois de 1945, propôs uma
estratégia de longo prazo de Guerra Popular baseada nos elementos mais pobres
da juventude e a luta contra a presença imperialista dos Estados Unidos. Foi
assassinada no cárcere em 1976.
Outro grande revolucionário que
produziu um pensamento foi Siraj Sikder, no leste de Bengala. Nascido em 1944,
compreendeu tanto o expansionismo paquistanês como o indiano propondo o caminho
da revolução agrária para obter a indepdência nacional. Foi assassinado na
prisão em 1975.
7. Guerra
popular como produto do pensamento
Depois da lição dialética
materialista de Gonzalo, os comunistas tem em cada país a tarefa de produzir uma síntese de sua própria situação
nacional, pois as contradições revolucionárias vão se resolver neste marco.
A Guerra Popular não é um
“método” ou um estilo de trabalho, é a reprodução material do pensamento, quer
dizer, o confronto revolucionário com o velho Estado e as classes dominantes
reacionárias, de acordo com uma estratégia baseada no pensamento, na síntese
revolucionária que se fez no estudo prático de um país.
Quando o pensamento
revolucionário genuíno se reproduz, busca-se o confronto com a antiga
sociedade, em todos os níveis. A Guerra Popular não significa somente a luta
armada, mas também a negação cultural-ideológica dos valores da velha
sociedade.
Se os revolucionários não tem o
nível para dirigir a luta em todos os campos, não serão capazes de fazer
triunfar a revolução e lutar contra os intentos de restauração da velha
sociedade.
Esta compreensão é a consequência
direta dos ensinamentos de Mao Tsé-tung acerca da cultura e da ideologia e da
Grande Revolução Cultural Proletária.
8.
"Principalmente aplicar"
Gonzalo considera que nossa
ideologia não era apenas o marxismo-leninismo-maoísmo, mas o
marxismo-leninismo-maoísmo, principalmente maoísmo. Queria mostrar que nossa
ideologia é uma síntese e não um conjunto de ensinamentos.
Da mesma maneira, considerou que
em cada país, a ideologia era o marxismo-leninismo-maoísmo e o pensamento, principalmente
o pensamento (por exemplo no Peru: o marxismo-leninismo-maoísmo pensamento Gonzalo, principalmente pensamento
Gonzalo).
A razão disso era que o
pensamento significa a síntese em uma situação concreta, com sua aplicação. Da
mesma maneira, um princípio é o de “desenvolver, defender e aplicar,
principalmente aplicar”.
O “pensamento” é genuíno e
correto, somente se significar um confronto real em todos os aspectos da velha
sociedade, o aspecto prático de estar na vanguarda.
9. Pensamento e
Guerra Popular não são conceitos independentes
Durante os anos 1990-2000, o
Movimento Popular Peru (MPP), organismo gerado pelo Partido Comunista do Peru
para o trabalho no estrangeiro, encabeçou um importante trabalho para promover
o marxismo-leninismo-maoísmo.
Por desgraça, ao passar para os
aspectos práticos nacionais, o MPP apenas chamou para seguir o exemplo do Peru
e nunca foi capaz de ajudar aos comunistas para produzir uma síntese de sua
própria situação.
O MPP nunca convidou a estudar as
realidades nacionais, e em vez disso promoveu um cosmopolitanismo que consiste
na reprodução de um estilo de trabalho de uma maneira estereotipada. Ao invés
de acompanhar autênticas forças revolucionárias ao marxismo-leninismo-maoísmo,
o MPP foi o ponto de apoio dos centristas, já que se reconhecem o maoísmo em
palavras.
Este é um exemplo da má
interpretação do aspecto principal. O que conta é não assumir a Guerra Popular
de maneira abstrata, senão a Guerra Popular baseada no pensamento. O
revisionismo no Nepal é um bom exemplo: apesar de assumir a “Guerra Popular”,
no que se chama o “caminho Prachanda”, nunca teve um alto nível
cultural-ideológico, tanto é que já figuravam numerosos erros sobre os
princípios básicos do materialismo dialético.
10. Nosso
horizonte: produzir pensamentos e rechaçar o fascismo
Nosso horizonte é o
seguinte: em cada país, um pensamento comunista deve ser produzido, síntese da
sociedade, mostrando a forma de resolver as contradições. Os comunistas não
podem fazer uma revolução em seu próprio país sem ter um alto nível nos campo
cultural-ideológico.
As massas vivem em uma cultura
cheia de música, cinema, literatura; os ensinamentos da Grande Revolução
Cultural Proletária nos recorda a importância da luta neste campo. Os
comunistas do mundo devem intercambiar suas experiências e seus conhecimentos;
em muitos campos, possuem as mesmas lutas para liderar.
Se os comunistas não forem
capazes de fazer isto, as classes dominantes reacionárias produzirão uma
ideologia desenho no passado para “regenerar” a sociedade, um falso
“socialismo”, que é o fascismo.
Cada pensamento é de importância
histórica; é a base da Guerra Popular. Cada pensamento permite iniciar a Guerra
popular, que destrói o velho estado, e quando este processo se generaliza, se
converte em Guerra Popular mundial. O pensamento se converte então na síntese
da sociedade mundial que emerge dos escombros do imperialismo, descobrindo o
caminho para a construção de uma sociedade comunista mundial.
Partido
Comunista Marxista-Leninista-Maoísta (França).
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