Forças Guerrilheiras do Araguaia, fonte de inspiração
para os revolucionários brasileiros da atualidade.
Há mais
de 40 anos atrás, o Partido Comunista do Brasil (Marxista-Leninista) foi
responsável por um dos maiores atos de bravura mobilizados pelo povo.
Estudantes, operários e camponeses pegaram em armas e iniciaram a guerra
popular no Brasil. Este feito foi saudado com grande alegria pelas massas
oprimidas do interior e por todos os patriotas e revolucionários da época. Este
feito, ainda que tenha sido reprimido e escondido pelas forças retrógradas,
continua a encher de orgulho e esperança todos aqueles que almejam a libertação
do nosso país das garras do imperialismo e a destruição do imperialismo em todo
o mundo. Há muitas histórias dos mais de 80 guerrilheiros que lutaram entre
1972 e 1975 na selva amazônica, que nos enche de entusiasmo para a luta e nos
enfurece perante todas as manifestações de covardia. Certamente a tentativa de
iniciar a guerra popular em 1972 é um marco na história revolucionária do país,
que infelizmente é pouco destacada nos livros didáticos de história, pois,
assim como o Levante de 1935, ambas as revoluções não visavam consolidar ou
reformar a carcomida democracia burguesa, mas sim destruí-la e construir uma
democracia popular, uma ditadura proletária. Tanto o levante de 1935 como a
guerrilha de 1972 (que começou a ser preparada ainda em 1966), são provas
históricas de que a era das revoluções democrático-burguesas acabou,
fortalecendo a Nova Grande Onda da Revolução Proletária Mundial.
A
ousadia destes guerreiros sempre será a nossa fonte de inspiração e serão
contados os feitos de cada um quando a bandeira vermelha da República Popular e
Democrática do Brasil for hasteada sobre as ruínas da velha república
burocrático-burguesa.
Honra e glória
ao comandante Osvaldão!
Osvaldo
Orlando da Costa, comandante do destacamento B das Forças Guerrilheiras do
Araguaia nasceu em Passa-Quatro no estado de Minas Gerais no dia 27 de abril de
1938.
Veio
para São Paulo no início dos anos 50, onde fez o Curso Industrial Básico de
Cerâmica, no qual se formou como artífice em cerâmica no ano de 1954. Ainda nos
anos 50 foi para São Paulo, onde fez o curso técnico de construção de máquinas
e motores pela Escola Técnica Federal, em 1958. Também se formou em engenharia
de minas em Praga na Tchecoslováquia.
Osvaldão na Tchecoslováquia |
Além de
seu conhecimento na área industrial, o camarada Osvaldo também foi oficial da
reserva pelo Centro Preparatório de Oficiais da Reserva no Rio de Janeiro, e
foi campeão de boxe pelo Botafogo.
Nos
anos 50, participou ativamente das lutas estudantis e tornou-se militante do
Partido Comunista do Brasil.
Como
militante do Partido Comunista do Brasil, fez parte da primeira delegação
enviada para a China a fim de receber o curso político-militar na escola de
Shanghai em 1964. Outras delegações iriam para a China a fim de receber o curso
político-militar até 1966.
Quando
o Partido Comunista do Brasil em 1966, decidiu iniciar a preparação da guerra
popular no Brasil, Osvaldão foi um dos primeiros militantes do PCdoB a ser
enviado para a região do “Bico do Papagaio” (antiga divisa entre os estados do
Pará, Maranhão e Goiás), região também conhecida por causa do rio Araguaia, que
é um dos principais daquela região.
A
missão de Osvaldão naquele tempo era a de reconhecer a área, mapeá-la,
estabelecer vínculos com o povo e receber os militantes comunistas que estavam
sendo enviados para aquela região. Não demorou muito para que Osvaldão
(conhecido também como Mineirão) se tornasse amigo do povo, participando das
caçadas, pescarias, e levando um modo de vida simples, trabalhando no garimpo e
na roça.
Quando
decidiu-se organizar os militantes do PCdoB em destacamentos no Araguaia,
Osvaldão tornou-se comandante do destacamento B, um dos mais famosos
destacamentos das Forças Guerrilheiras do Araguaia.
Nos
primeiros meses do início da guerra popular, Osvaldão escreveu uma carta a seus
amigos explicando o motivo pelo qual aderiu à luta armada. Com a ajuda dos
quadros do Partido Comunista do Brasil, cópias da carta foram distribuídas na
região, onde o povo pode compreender e apoiar a correta decisão tomada por
aquele camarada.
No
início dos anos 70, o comandante Osvaldão além de ser bastante conhecido pelo
povo da região, era temido, e havia lendas em torno de sua pessoa, o pessoal
que era supersticioso dizia que o “Mineirão” poderia se transformar em animal,
árvore ou pedra, isso porque além da sua grande estatura (media 1,98m de altura
e calçava 48) os militares fascistas por mais que tentassem nunca conseguiam
capturá-lo.
Resistiu
bravamente aos ataques dos militares fascistas, principalmente durante a
segunda campanha, onde em 25 de dezembro de 1973 comandando o destacamento B,
rompeu o cerco formado por um contingente muito maior que os guerrilheiros que
ele comandava.
Resistiu
bravamente aos militares fascistas e aos seus capangas, jamais dobraram sua
ideologia. Morreu heroicamente em março de 1974. Seu corpo foi estraçalhado e
ocultado pelos milicos fascistas, porém, jamais puderam fazer o mesmo com a sua
ideologia ou com o seu exemplo de heroísmo.
Em
um artigo escrito por Rui Moura, intitulado O
pugilista vermelho, Rui Moura cita duas passagens onde Osvaldão mostra seu
caráter revolucionário, em servir ao povo:
"Um grileiro foi ameaçar tirar a
terra de Osvaldão e acordou, na sua casa, com o cano de um 38 cutucando seu
rosto e a ordem, dada por ‘um negrão de quase dois metros de altura e com dois
braços que pareciam duas pernas’, segundo descrição dos que o conheceram:
— Em vez de você ficar com minha terra,
você dá a sua a uma família muito necessitada. A família já está aí, esperando.
Vou lhe levar até a rodoviária e você não aparece mais aqui, senão morre. E se
achar ruim morre agora que fica mais fácil...
O grileiro saiu com a surpresa de
encontrar os novos proprietários e mais de 30 pessoas das redondezas que
aplaudiam a atitude de seu Osvaldão, homem justo."
E outra:
"Estando de passagem em casa de
uma família camponesa, encontrou a mulher desesperada porque não tinha dinheiro
para comprar comida para seus filhos. Era uma casa pobre. Não tinham nada.
Osvaldo perguntou-lhe se queria vender o cachorro. A mulher, sem outra
alternativa, disse que sim. Tanto ela como Osvaldo sabiam o que significava a
perda do cão: mais fome, pois na região, sem cachorro e arma é difícil
conseguir caça. Osvaldão pagou-lhe o preço do cão e, a seguir, disse-lhe:
guarde-o para mim que eu não poderei levá-lo para casa agora."
Firmar-se em
uma base sólida
Diziam
que Osvaldão poderia se transformar em pedra. Ainda que isso seja apenas lenda
de pessoas supersticiosas, o exemplo de heroísmo revolucionário de Osvaldão é
sólido como rocha. E é sobre essa rocha que devemos nos firmar, isso significa,
buscar uma vida simples, fazer amizades com gente das camadas baixas, com os
operários e com os camponeses, ampliar o conhecimento (além dos cursos
profissionalizantes, também se deve buscar estudar as obras dos cinco grandes
mestres, e buscar aprimorar as habilidades físicas, através da prática de
esportes, como tiro, corrida, boxe). Enfim, Osvaldão é o claro exemplo de como
deve ser um militante comunista: buscar
ampliar seus conhecimentos e habilidades, ser ousado, ser amigo das massas, buscar
um modo de vida simples, de modo que quando venha a falecer, não seja
apenas um cadáver descendo a sepultura, mas sim uma semente sendo plantada, que
mais tarde gerará frutos que serão colhidos na SEARA VERMELHA, isso quer dizer, tornar-se exemplo a ser seguido
pelas próximas gerações de revolucionários.
HONRA E GLÓRIA AOS GUERRILHEIROS DO ARAGUAIA!
VIVA A GUERRA POPULAR, INSTRUMENTO DE LIBERTAÇÃO DOS
POVOS!
VINGAREMOS AOS GUERRILHEIROS!
RECONSTRUIR O PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL E REINICIAR
A GUERRA POPULAR!
Viva a Guerrilha do Araguaia e todos os seus combatentes. Esses os verdadeiros heróis do povo brasileiro.
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