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segunda-feira, 1 de abril de 2013

De Minas ao Araguaia



Forças Guerrilheiras do Araguaia, fonte de inspiração para os revolucionários brasileiros da atualidade.


Há mais de 40 anos atrás, o Partido Comunista do Brasil (Marxista-Leninista) foi responsável por um dos maiores atos de bravura mobilizados pelo povo. Estudantes, operários e camponeses pegaram em armas e iniciaram a guerra popular no Brasil. Este feito foi saudado com grande alegria pelas massas oprimidas do interior e por todos os patriotas e revolucionários da época. Este feito, ainda que tenha sido reprimido e escondido pelas forças retrógradas, continua a encher de orgulho e esperança todos aqueles que almejam a libertação do nosso país das garras do imperialismo e a destruição do imperialismo em todo o mundo. Há muitas histórias dos mais de 80 guerrilheiros que lutaram entre 1972 e 1975 na selva amazônica, que nos enche de entusiasmo para a luta e nos enfurece perante todas as manifestações de covardia. Certamente a tentativa de iniciar a guerra popular em 1972 é um marco na história revolucionária do país, que infelizmente é pouco destacada nos livros didáticos de história, pois, assim como o Levante de 1935, ambas as revoluções não visavam consolidar ou reformar a carcomida democracia burguesa, mas sim destruí-la e construir uma democracia popular, uma ditadura proletária. Tanto o levante de 1935 como a guerrilha de 1972 (que começou a ser preparada ainda em 1966), são provas históricas de que a era das revoluções democrático-burguesas acabou, fortalecendo a Nova Grande Onda da Revolução Proletária Mundial.

A ousadia destes guerreiros sempre será a nossa fonte de inspiração e serão contados os feitos de cada um quando a bandeira vermelha da República Popular e Democrática do Brasil for hasteada sobre as ruínas da velha república burocrático-burguesa.

Honra e glória ao comandante Osvaldão!

Osvaldo Orlando da Costa, comandante do destacamento B das Forças Guerrilheiras do Araguaia nasceu em Passa-Quatro no estado de Minas Gerais no dia 27 de abril de 1938.

Veio para São Paulo no início dos anos 50, onde fez o Curso Industrial Básico de Cerâmica, no qual se formou como artífice em cerâmica no ano de 1954. Ainda nos anos 50 foi para São Paulo, onde fez o curso técnico de construção de máquinas e motores pela Escola Técnica Federal, em 1958. Também se formou em engenharia de minas em Praga na Tchecoslováquia.

Osvaldão na Tchecoslováquia
Além de seu conhecimento na área industrial, o camarada Osvaldo também foi oficial da reserva pelo Centro Preparatório de Oficiais da Reserva no Rio de Janeiro, e foi campeão de boxe pelo Botafogo.
 
Com o uniforme do CPOR/RJ
Nos anos 50, participou ativamente das lutas estudantis e tornou-se militante do Partido Comunista do Brasil.

Como militante do Partido Comunista do Brasil, fez parte da primeira delegação enviada para a China a fim de receber o curso político-militar na escola de Shanghai em 1964. Outras delegações iriam para a China a fim de receber o curso político-militar até 1966.

Quando o Partido Comunista do Brasil em 1966, decidiu iniciar a preparação da guerra popular no Brasil, Osvaldão foi um dos primeiros militantes do PCdoB a ser enviado para a região do “Bico do Papagaio” (antiga divisa entre os estados do Pará, Maranhão e Goiás), região também conhecida por causa do rio Araguaia, que é um dos principais daquela região.

A missão de Osvaldão naquele tempo era a de reconhecer a área, mapeá-la, estabelecer vínculos com o povo e receber os militantes comunistas que estavam sendo enviados para aquela região. Não demorou muito para que Osvaldão (conhecido também como Mineirão) se tornasse amigo do povo, participando das caçadas, pescarias, e levando um modo de vida simples, trabalhando no garimpo e na roça.

Quando decidiu-se organizar os militantes do PCdoB em destacamentos no Araguaia, Osvaldão tornou-se comandante do destacamento B, um dos mais famosos destacamentos das Forças Guerrilheiras do Araguaia.

Nos primeiros meses do início da guerra popular, Osvaldão escreveu uma carta a seus amigos explicando o motivo pelo qual aderiu à luta armada. Com a ajuda dos quadros do Partido Comunista do Brasil, cópias da carta foram distribuídas na região, onde o povo pode compreender e apoiar a correta decisão tomada por aquele camarada.

No início dos anos 70, o comandante Osvaldão além de ser bastante conhecido pelo povo da região, era temido, e havia lendas em torno de sua pessoa, o pessoal que era supersticioso dizia que o “Mineirão” poderia se transformar em animal, árvore ou pedra, isso porque além da sua grande estatura (media 1,98m de altura e calçava 48) os militares fascistas por mais que tentassem nunca conseguiam capturá-lo.

Resistiu bravamente aos ataques dos militares fascistas, principalmente durante a segunda campanha, onde em 25 de dezembro de 1973 comandando o destacamento B, rompeu o cerco formado por um contingente muito maior que os guerrilheiros que ele comandava.

Resistiu bravamente aos militares fascistas e aos seus capangas, jamais dobraram sua ideologia. Morreu heroicamente em março de 1974. Seu corpo foi estraçalhado e ocultado pelos milicos fascistas, porém, jamais puderam fazer o mesmo com a sua ideologia ou com o seu exemplo de heroísmo.

Em um artigo escrito por Rui Moura, intitulado O pugilista vermelho, Rui Moura cita duas passagens onde Osvaldão mostra seu caráter revolucionário, em servir ao povo:
"Um grileiro foi ameaçar tirar a terra de Osvaldão e acordou, na sua casa, com o cano de um 38 cutucando seu rosto e a ordem, dada por ‘um negrão de quase dois metros de altura e com dois braços que pareciam duas pernas’, segundo descrição dos que o conheceram:
— Em vez de você ficar com minha terra, você dá a sua a uma família muito necessitada. A família já está aí, esperando. Vou lhe levar até a rodoviária e você não aparece mais aqui, senão morre. E se achar ruim morre agora que fica mais fácil...
O grileiro saiu com a surpresa de encontrar os novos proprietários e mais de 30 pessoas das redondezas que aplaudiam a atitude de seu Osvaldão, homem justo."
E outra:
"Estando de passagem em casa de uma família camponesa, encontrou a mulher desesperada porque não tinha dinheiro para comprar comida para seus filhos. Era uma casa pobre. Não tinham nada. Osvaldo perguntou-lhe se queria vender o cachorro. A mulher, sem outra alternativa, disse que sim. Tanto ela como Osvaldo sabiam o que significava a perda do cão: mais fome, pois na região, sem cachorro e arma é difícil conseguir caça. Osvaldão pagou-lhe o preço do cão e, a seguir, disse-lhe: guarde-o para mim que eu não poderei levá-lo para casa agora."
Firmar-se em uma base sólida

Diziam que Osvaldão poderia se transformar em pedra. Ainda que isso seja apenas lenda de pessoas supersticiosas, o exemplo de heroísmo revolucionário de Osvaldão é sólido como rocha. E é sobre essa rocha que devemos nos firmar, isso significa, buscar uma vida simples, fazer amizades com gente das camadas baixas, com os operários e com os camponeses, ampliar o conhecimento (além dos cursos profissionalizantes, também se deve buscar estudar as obras dos cinco grandes mestres, e buscar aprimorar as habilidades físicas, através da prática de esportes, como tiro, corrida, boxe). Enfim, Osvaldão é o claro exemplo de como deve ser um militante comunista: buscar ampliar seus conhecimentos e habilidades, ser ousado, ser amigo das massas, buscar um modo de vida simples, de modo que quando venha a falecer, não seja apenas um cadáver descendo a sepultura, mas sim uma semente sendo plantada, que mais tarde gerará frutos que serão colhidos na SEARA VERMELHA, isso quer dizer, tornar-se exemplo a ser seguido pelas próximas gerações de revolucionários.

HONRA E GLÓRIA AOS GUERRILHEIROS DO ARAGUAIA!

VIVA A GUERRA POPULAR, INSTRUMENTO DE LIBERTAÇÃO DOS POVOS!

VINGAREMOS AOS GUERRILHEIROS!

RECONSTRUIR O PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL E REINICIAR A GUERRA POPULAR!

Um comentário:

  1. Viva a Guerrilha do Araguaia e todos os seus combatentes. Esses os verdadeiros heróis do povo brasileiro.

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