Há três anos atrás já denunciávamos as ações do governo brasileiro em
conjunto com os governos da Bolívia, Peru e Equador no combate aos comunistas,
no que seria uma nova versão da operação “Condor”, uma antiga operação conjunta
entre os governos militares sul-americanos durante os anos 70. E isto nos diz
respeito, porque isto nos afeta e afeta nossas organizações irmãs, que tem
estendido seu apoio ao nosso trabalho e temos apoiado o trabalho deles também.
E ainda hoje seguimos e seguiremos denunciando as ações repressivas dos
regimes “democráticos”, especialmente o governo brasileiro. Estamos diante de
um velho conhecido porém, com um rosto novo. O governo brasileiro para manter
sua aparência de “democrático” e “progressista”
tem feito sua repressão alegando estar combatendo a “violência e a baderna”,
enfim, governos de partidos e coligações diferentes vem e vão, mas seu ódio ao
povo é o mesmo.
Estamos em uma época onde a crise se agrava, as mascaras estão caindo, o
governo tentará usar todo o seu aparato para travar a luta do povo, isto será
desde meios brandos como os programas sociais que visam apenas diminuir a dor
do capitalismo burocrático até o uso das forças armadas. Não foi à toa que o
governo investiu pesado nos últimos dois ou três anos em novos aviões, adoção
de novos modelos de fuzis, e claro a liderança da missão “de paz” da ONU no
Haiti, que tem servido para o exército brasileiro se aprimorar na repressão
urbana, e claro, servir como peão para a imposição da política imperialista dos
Estados Unidos sobre o povo haitiano.
Com a crise mundial afetando as nações opressoras e nações oprimidas,
seus governos falidos tendem a descontar o déficit do capitalismo sobre as
massas, começando pelas demissões em massa, indo para o aumento de taxas
públicas, como água, luz, combustíveis, alimentos, etc, indo até o corte de
direitos trabalhistas e em casos extremos a intervenção no governo, como
impeachment ou golpe político/militar. Isto mais uma vez comprova a necessidade
da luta armada, da guerra popular não só a nível nacional, mas em nível global,
pois os governos não estão dispostos a entregar o poder total através das urnas
ou através atos pacíficos com escolta da polícia e da observação dos P2. Haverá
conciliação entre classes, e o governo até aperte a burguesia nacional através
de decretos reformistas aprovados por coligações de aliados corruptos, porém, a
entrega completa, o desmantelamento de certas instituições que garantam a
autoridade do imperialismo sobre estes países está longe de ser colocado em
prática. Se a burguesia consegue subsistir até mesmo sob o fogo de uma
Revolução Cultural Proletária, como ocorreu na China, que foi o governo popular
que mais avançou no campo revolucionário, que dirá sob a batuta de um regime
social-democrata reformista?
No caso do Brasil, tem surgido um novo tipo de regime: um fujimorismo
sem Fujimori. Isto é, um governo democrata-burguês, porém, com uma força
repressiva semelhante ao dos regimes militares. O duplo caráter do governo
burocrata-burguês: conceder direitos para quem quer fazer parte do jogo sujo,
negar direitos básicos para quem é contra o jogo sujo da política retrógrada
democrático-burguesa. Temos tantos exemplos do que o governo social-democrata
do Brasil tem feito contra o povo. A prática da tortura entre as forças
armadas, tanto pelo exército como pela polícia, as execuções policiais, prisões
arbitrárias que compõem quase metade das prisões no Brasil, esquadrões da
morte, assassinatos de lideranças camponesas e indígenas, e, tudo isso
garantido não só pelo aparato militar, mas também por um aparato jurídico e
político.
A criação da DRCI (Delegacia de Repressão a Crimes de Informática) é o
ponto de apoio da repressão ao movimento popular. O DRCI é a versão “democrática”
do antigo DOPS. Como já foi dito antes, um governo civil e “democrático”, com
um forte aparelho repressivo, semelhante ao da época de Alberto Fujimori. Veremos
as lutas populares tornarem-se cada vez mais agudas com o decorrer da crise,
das manifestações, das denúncias de corrupção e claro, com as olimpíadas de
2016 por aí, veremos quantos mais o Estado burocrático irá matar no interior e
nas cidades, e quantas outras prisões políticas seguirá fazendo. “Quem viver
verá”.
O maior exemplo prático deste “fujimorismo” brasileiro é a prisão
arbitrária dos cinco jovens no RJ durante os protestos contra a copa e os 23
companheiros que estão sendo processados pelo estado, também por ocasião dos
protestos contra a copa de 2014. E sabemos que outros companheiros também
passarão pelas garras do aparelho repressivo do Estado no decorrer desta luta,
por isso, nós como humildes soldados do povo, recomendamos prestar atenção nas
medidas de segurança e unir cada vez mais elementos dispostos a combater e
resistir aos ataques diretos e indiretos do governo.
Camarada Igor Mendes, preso político do Estado burocrático-burguês. |
Apesar de postarmos só agora alguma coisa a respeito do caso do Igor
Mendes, dos outros quatro jovens presos e mais os 23 camaradas acusados,
estamos aqui estendendo nossa solidariedade especialmente ao camarada Igor
Mendes. Apesar de não termos feito alarde sobre estas prisões políticas, a OGV
esteve na boca do sistema para apoiar o camarada Igor Mendes. Estamos juntos
nesta luta, ainda que um de nossos quadros esteve sob a mira de fuzis da
polícia durante o julgamento do camarada Igor Mendes, isto só reforçou nossa
ira contra o pode regime burocrático, nos deixando mais atentos e reforçando
nossa decisão de reconstruir o Partido, Exército e Frente. Isto não vai ficar
barato!
HORNA E GLÓRIA AOS PRESOS POLÍTICOS NO BRASIL E NO PERU!
DERRUBAR O ESTADO BUROCRÁTICO-BURGUÊS! CONSTRUIR A REPÚBLICA POPULAR E
DEMOCRÁTICA DO BRASIL!
COMBATER! RESISTIR! TEMOS UMA LUMINOSA SENDA PARA PERCORRER!
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