Muitos
camaradas estão agora iludidos com Putin e a posição da Rússia no cenário
mundial. Surgem muitos odes à Vladmir Putin e à “Nova Rússia” por bater de
frente com o imperialismo inglês e norte-americano. Seria Putin um
antiimperialista ou um estaria ele reerguendo a Rússia como potência
imperialista?
A
história parece repetir-se como nas vésperas da Primeira Guerra Mundial, em que
fatores como a tensão entre os países da Entente e da Tríplice Aliança, a
ausência de um país baluarte da revolução proletária mundial, e a forte
influência da social-democracia fez com que muitos camaradas e organizações
políticas de esquerda se posicionassem para alguma das alianças imperialistas.
E hoje
isto se repete e sempre repetirá ainda que com “outra roupagem”, enquanto
houver imperialismo. Vemos a Rússia voltando a afrontar o imperialismo
estadunidense como nos anos 60, fomentando grupos pseudo-revolucionários ou
pseudo-socialistas para servirem apenas
aos interesses do Kremlim, igual aos golpes militares financiados pelos
soviéticos na Ásia e na África como meio de combater o “radicalismo chinês”, ou
melhor a luta popular de libertação nacional sob a luz do
marxismo-leninismo-maoísmo, nos anos 60
e 70.
Tomando
como bandeira vermelha marxista-leninista-maoísta da luta contra o revisionismo
moderno, pode-se concluir que nem a URSS após o XX Congresso do PCUS realizado
em 1956, e nem a Federação Russa da atualidade defendem a revolução proletária
mundial, mas apenas grupos que possam ser influenciados pela competição da
Rússia no campo imperialista.
Há quem
diga que o apoio da Rússia aos separatistas da região de Donetsk e a
possibilidade de uma invasãorussa na Ucrânia liderada pelos fascistas seja um
avanço na luta de classes, na luta pelo Novo Poder, o que não passa de uma
ilusão de caráter pequeno-burguês. Isto
é um claro sinal da falta de compreensão do marxismo-leninismo-maoísmo, e até
mesmo do marxismo-leninismo em seu estágio inicial. Infelizmente tem muita
gente que ”se alimenta do marxismo”, mas não o digere, vomita em forma de apoio
a repúblicas burguesas, a regimes fundamentalistas, e a qualquer um que
desperte medo nos norte-americanos e na União Européia.
Para
quem possui o mínimo de compreensão no marxismo-leninismo-maoísmo, entende que
a mudança de governo na Ucrânia (um suposto governo democrático para um governo
proto fascista) é mera consequência da mudança de sistema, indo do revisionismo
kruschovista ao desmantelamento completo da URSS em 1991 até culminar com o
atual governo ucraniano.
A
Rússia atual como nos tempos a URSS kruschovista tenta consertar os problemas
nos países que estão alinhados aos seus interesses, como em 1956 na invasão da
Hungria, em 1968 na invasão da Tchecoslováquia e em 1979 na invasão ao
Afeganistão, aliás, as invasões de 1956 e 1968 foram condenas pelos partidos
comunistas de todo o mundo que não haviam aderido ao revisionismo kruschovista.
Qualquer semelhança com o social-imperialismo não é mera coincidência.
Putin nos tempos da KGB |
Fora o
fato de Vladmir Putin estar na ponta de lança da Rússia aspirante a
imperialista, o presidente russo possui um “belo currículo” de serviços prestados aos piores governos da
URSS e da Federação Russa. Como por exemplo, ter atuado na KGB entre 1975 e
1991, principalmente nos anos 70 e 80, quando a KGB fazia operações contra
dissidentes maoístas em toda a URSS. Dá para citar também o fato de Putin ter
sido funcionário do governo de Boris Ieltsin, e numa época não muito distante,
ter sido primeiro ministro do governo de Dmitri Medevedev.
De 2007
a 2012 o presidente Medevedev deu total apoio e prometeu levar adiante uma nova onda de
“desestalinização”, gastando o dinheiro pública com livros e propagandas
anti-Stalin, comprando repórteres para contar mentiras inventadas pelos
nazistas e trotskistas acerca do timoneiro Stalin.
É claro
que Putin poderia ter ficado fora disto atendo-se somente às suas funções de
primeiro ministro do governo de Medevedev, mas ele também mostrou ser um belo
anticomunista como todo político democrático-burguês. Dá para citar como
exemplo uma de suas viagens à Polônia ele se lamentou pela suposta
responsabilidade da URSS no “massacre de Katyn”. Qualquer pessoa bem informada
entende que o Massacre de Katyn foi perpetrado pelos nazistas durante a segunda
guerra, porém, como parte de uma propaganda anticomunista iniciada pelo
ministro da propaganda nazista Joseph Goebbles, a execução de milhares de
oficiais poloneses foi atribuída ao exército vermelho. E essa mentira ganhou
novo fôlego durante a guerra fria e nos últimos anos como tentativa de frear a
luta das massas no leste europeu e sua defesa do legado de Stalin.
Em uma
entrevista ainda na época de primeiro-ministro, Putin comparou Stalin como
Oliver Cromwell, e falou da Rússia tendo seu ”destino prejudicado pelo
totalitarismo”.
Mas o
papel desempenhado por Putin na luta de libertação dos povos? Nenhum que seja
positivo, aliás, vemos o contrário, a velha disputa entre gigantes com sistemas
moribundos utilizando países menores como ringue de luta.
Como se
sabe, uma revolução bem sucedida não necessita de respaldo de qualquer potência
imperialista e nem deve. O sucesso da guerra popular está nas massas, conforme
Mao Tsé-tung nos ensina “Se temos as massas, temos tudo”. A
revolução russa de 1917, primeira experiência bem-sucedida da tomada de poder
pelo proletariado nos deixa isto bem claro, pois não tiveram apoio de qualquer
potência, pelo contrário, foram hostilizados pelas potências imperialistas e
seus capangas. O apoio internacional dado aos revolucionários liderados pelo
Partido Bolchevique, foi o apoio de algumas organizações proletárias.
E foi
com o apio e a força da união operário-camponesa que a Rússia e as demais
repúblicas socialistas soviéticas enfrentaram as potências no pós-Grande Guerra
e unificaram-se formando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas que por
quase trinta anos serviu de país baluarte da revolução proletária em nível
mundial. Portanto, as forças revolucionárias populares na necessitam de
qualquer apadrinhamento por parte de qualquer governo capitalista ou qualquer
outro governo, necessitam das poderosa muralha que é as massas de operários,
camponeses e de diversas camadas inferiores.
Quanto
aos imperialistas nada devemos temer, pois são TIGRES DE PAPEL
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